domingo, 8 de abril de 2018

"Quem conta um conto, acrescenta sempre um ponto" (como foi o SLB, foram 3 pontos)


(para quem ainda não sabia, esta imagem ilustra a merda que destruiu o futebol português)


Vamos fazer uma pequena analogia, para tentar perceber o que se passou, ontem à noite, no Bonfim

Vamos imaginar que o Record (Vitória de Setúbal) está a competir com ABOLA (SLB), pela liderança de vendas de jornais.
ABOLA, com melhores e mais caros jornalistas, além de ser o vencedor das últimas edições dessa competição, é o favorito. No entanto, para o surpresa de muitos, o Record está-se a bater muito bem e está, a breves instantes (só falta um número, uma última tiragem), de garantir o sucesso para a sua redacção. Quem está atento aos últimos números (leia-se, minutos de jogo), percebe que dificilmente ABOLA levará de vencido o Record, que defende muito bem.

Com o "jogo na mão", o director do Record (o treinador do Setúbal), toma uma decisão para o último número. O que decide ele? Decide, então, chamar um jornalista estagiário (Luís Filipe) que, até então, só tinha servido cafés pelos seus pares (0 minutos de competição), para fazer a capa da próxima/última edição. E, não contente com a pressão que lhe coloca, o director ainda dá ao estagiário a coluna de opinião de abertura dessa mesma edição. A 1ª e 2ª página..

Estranho? No mínimo, sim, é estranho. E mais estranho fica quando todos sabem que o estagiário em causa foi "cedido", há 4 meses, pelo rival ABOLA, sendo que esta ainda lhe deve pagar o ordenado (ou parte dele, uma vez que detém 50% do seu passe).

A aparição do estagiário foi fulminante e decisiva. Borrou a capa e espalhou-se ao comprido na crónica. De forma incrível (mas não inesperada...), ABOLA, já quase derrotada, conseguiu "virar o jogo" no último instante e, assim, venceu mais uma vez.

Conclusão dos analistas desta competição, e dos próprios elementos do Record:
- "É jornalismo..."
- "Eles foram mais fortes e mereceram vencer."
- "No fim, o vencedor é sempre justo." 



Nota do autor: Nesta obra, não pense, o caro leitor, que há derrotados. No fim, uma vez mais, todos ficaram felizes. ABOLA celebrou, juntamente com os seus leitores (adeptos), de forma orgulhosa a sua proeza. No Record, apesar da derrota (será que a viram dessa forma? O leitor que descubra..), também se celebrou, pois viram garantida a regularização de 1 ano de salários e adiaram, por mais uma época, a sua extinção.
E o estagiário? Bem, esse o mais certo é abandonar o Record e rumar a um qualquer Correio da Manhã, sempre disposto a "competir" com ABOLA. O ordenado e os "prémios de jogo" estão sempre garantidos, nem que tenha de tirar cafés a época inteira, tendo a garantia que, pelo menos duas vezes por ano, terá de fazer a capa.
Embora não precise de dizer, tudo isto é ficção. Pois num Mundo normal, ético e cumpridor de leis, jamais se festejariam (sem vergonha) vitórias destas, nem se entregava um título desta forma.
 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Natal em Maio

Nesta altura do ano, é normal trocarem-se mensagens de votos de Boas Festas e perguntar qual a prenda mais desejada. Se a conversa for com familiares, quando estes já atingem uma certa idade, a resposta mais comum a essa pergunta é "Saúde", acrescido de um "não peço mais nada, pois sem ela...".
No entanto, se esta conversa for feita entre sportinguistas, num contexto de discussão futebolística, então a resposta muda: "Ser Campeão!". Não falha.
A não ser que se seja treinado pelo Guardiola, é impossível ter essa tão desejada (e merecida) prenda durante o mês de Dezembro. Normalmente, essa prenda só é entregue em Maio. Assim, o Sporting quer o seu Natal em Maio.

A ideia de um Natal em Maio agrada-me. Foi nesse mês que, em 2000, garantimos finalmente o título de Campeão Nacional, 18 anos depois da última conquista. Porque não repetir? Já lá vão quase 16 anos desde da última vez...

Ontem, ao ver imagens do Treino Solidário realizado no nosso Estádio, onde centenas de crianças se deliciavam a ver os seus ídolos, relembrei-me de um Maio longínquo, quando os meus pais me proporcionaram uma memorável lembrança.

Em 1985 (não sei o dia exacto), estava eu a poucos meses de completar 5 anos, os meus pais decidiram levar-me ao Estádio José de Alvalade, trazendo maior carga afectiva ao amor que eu já ia sentindo pelo Sporting Clube de Portugal, mas que era vivido de forma ainda muito distante. Nesse dia, vivi uma jornada cheia e com direito a muitas surpresas.

Lembro-me de ir até às bancadas para ver o relvado, visitar a Loja Verde, tirar fotos junto à estátua do Leão que estava no hall da Porta 10A, almoçar um bitoque na "Toca do Lagarto" e, claro, visitar a Sala de Troféus, junto à antiga Sala da Direcção.
Nesta sala, aconteceu algo inesperado. O guia ia mostrando os retratos dos vários Presidentes, e quando chegámos ao Presidente João Rocha (ainda em funções, tendo saído 1 ano depois), eu virei-me para o meu pai, apontei para a fotografia do Presidente, e perguntei (com uma sonoridade de quem tem 4 anos e não sabe falar baixo): "Pai, foi este que mandou o Futre embora?"
O guia ficou gago e o meu pai, pela primeira e única vez na sua vida, ficou vermelho...
Sinceramente, não me lembro como se desbloqueou tamanho embaraço, mas sei que o meu pai sempre recordou esta memória como "o dia em que o Estádio de Alvalade estremeceu (devido a um polémico puto de 4 anos)".

Eu nunca vi o Futre a jogar no Sporting, mas lembrava-me como ele era especial no FCP (foi Campeão logo nesse ano). Lá em casa, os lamentos pela sua partida eram tantos que sempre que eu ouvia o nome do Presidente do Sporting, associava-o à partida do Futre. Claro que, hoje, eu sei que é injusto marcar o ilustre João Rocha por esse episódio.

Com o dia já praticamente ganho, voltámos às imediações do Estádio e o meu pai decidiu continuar a "distribuir presentes". Ao ver os carros da Equipa de Ciclismo estacionados, mandou-me logo ir para ao pé de um para registar o momento.


O chapéu não engana. É do Sporting e é da equipa de Ciclismo. Não sei se dei sorte, mas nesse ano o nosso Marco Chagas venceu a Volta a Portugal.

Mas o melhor ainda estava para vir. Quando dei por mim, o meu pai estava a trocar umas breves palavras com um senhor. De repente, quase sem perceber como, acontecia isto.


Eu e o grande Manuel Fernandes. Ignorem o fato de treino e a pala do chapéu que a minha mãe terá mandado colocar para cima para se ver a minha cara. 
Isto não se esquece, nunca.

Já com memórias para me elevar, até ao Verão, a Rei do Recreio do Infantário, ainda havia mais uma surpresa.
Apesar da sua postura mais reservada, conheci um dos meus ídolos (e logo eu, que sempre tive a mania que ia ser guarda-redes...).


O grande Vítor Damas.. A mão que tantas vezes impediu de sofrermos um golo estava ali, pousada no meu ombro. Se isto não é Natal em Maio...

Este dia marcou-me. Falei e pensei nele tantas vezes durante a minha vida que ainda hoje o posso reconstituir. 
É isto a Memória Leonina. Ir a Alvalade era isto. Era percorrer aqueles largos passeios, entre a Nave, Pavilhão, Porta 10A, Loja Verde e, mais tarde, o Campo Nº2 à procura dos ídolos, de uma breve interacção com quem levava para o campo os nossos sonhos e vontade de Vencer. 

Iniciativas como o Treino Solidário ou a presença de jogadores em sessões de autógrafos, podem ser muito marcantes para quem gosta do Sporting e cresce a sofrer com e por ele (mesmo que ainda só tenha 4 anos). Têm de continuar a acontecer (e há mais iniciativas por explorar, aproveitando, por exemplo, a forma bastante emotiva com que o Futsal, Hóquei, Andebol e Futebol Feminino vivem o Clube que representam).
Mesmo quando um jogo corre menos bem, quando se julga que há algo mais importante para fazer, uma simples pausa de um jogador/capitão, por poucos segundos, junto a um adepto fará, neste, toda a diferença.

Tal como há quase 33 anos, o papel do meu pai (e da minha mãe, claro) foi fundamental para eu, hoje, estar aqui a pensar no Sporting. E ao pensar no meu clube tenho que, obrigatoriamente, pensar no meu Pai.
E isso é sempre (muito) bom.


Não somos Feitos de Sporting por acaso.


#EuQueroONatalEmMaio (outra vez) 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Quem se ficou a rir?


Uma pequena nota prévia:
a) Para se perceber melhor a minha opinião sobre o jogo de ontem, aconselho a leitura deste texto, e deste texto. Tudo o que eu penso, esta aí.


Dizem os "experts", e demais "paineleiros", que o empate 0-0 no Clássico, e o empate do SLB no Funchal deixou tudo na mesma na luta pela Liga 2017/2018.
Não concordo. Além de ter deixado o FCP na liderança (e, agora, com menos uma jornada por disputar), tirou a oportunidade do Sporting se isolar (tem, agora, menos 1 jogo para disputar contra este rival directo), e de deixar o SLB a 5 pontos.

FCP sai com a liderança reforçada, confiante (já foi a Braga, Vila do Conde e Alvalade), e consciente que, afinal, tem mais opções do que aquelas que se previa inicialmente (até o Sérgio Oliveira é opção!!). 

Já o Sporting, por outro lado, deixa o clássico com alguns sinais preocupantes (alguns deles que já vinham sendo revelados há algum tempo, logo não foram surpresas):
- Coentrão não podia, claramente, fazer 3 jogos seguidos (muito menos numa semana); Nunca pensei que, dos 3, iria "descansar" no mais importante de todos;
- Gelson, Dost, Bruno Fernandes e, até, Acuña, estão numa fase descendente (e fazem tanta falta... Porquê que Acuña jogou na Taça da Liga?)
- Jorge Jesus não confia em Alan Ruiz para jogos a "sério" (não joga na Champions e o seu tempo de jogo em derbys e clássicos é muito reduzido);
- Iuri Medeiros, ao fim de cerca de 130m de utilização, já foi riscado (a tolerância só serve para outros...);
- Ristovski só jogará em última necessidade (nada contra Piccini, mas tem de existir mais rotação);
- Jonathan serve para cerca de 10/15 jogos por época (ontem não era um deles...);
- Podence é dos poucos que pode mexer com o jogo, mas precisa de jogar mais do que 3m e, depois, sair dos 18;
- os nossa dupla de centrais é top, mas é só uma dupla... (qual é a verdadeira opção?);
- Gelson Dala não conta (16 golos em 20 jogos pela B...);
(vamos só imaginar, durante 1 segundo, o que seria desta equipa se William também tem sido vendido...)

Resumindo, a versão II do Melhor Plantel de Sempre afinal, também, é curta.

O jogo vinha numa altura péssima: muitos jogos; empate na última jornada; após um desgaste enorme contra o poderoso Barcelona.
O FCP deu tudo (nos primeiros 45m) para ganhar. Mais rápido, agressivo, pressionante, 1ªs e 2ªs bolas ganhas e magia de Brahimi. Foi valendo Patrício e alguma sorte. 
O Sporting raramente se encontrou. Escondidos, Gelson e B. Fernandes não faziam crescer a equipa, com William e Battaglia a não conseguirem se envolver no ataque. Jonatham perdia todas as bolas que lhe chegavam e, face ao inconsequente jogo do Sporting (e incapacidade de segurar o adversário), ficava no ar um só pensamento: "isto acaba quando eles marcarem".

A 2ª parte trouxe outro Sporting. Mais velocidade, William mais subido, laterais mais envolvidos e, acima de tudo, maior capacidade em ter a bola. Um único golpe podia mudar o jogo e manter a sorte da 1ª parte. B. Fernandes teve esse momento mas desperdiçou. Não era o dia dele (como não foi em Moreira de Cónegos nem com o Barcelona).
Dost continuava na sua única missão: saltar à 1ª bola. É incrível a má qualidade com que o tentamos servir. O tempo passa e estamos a desgastar o jogador e, pior, a desmotivá-lo. 
As bolas paradas (muitas, tantas para um jogo tão equilibrado), eram meras "festas" para a defesa do FCP. É a prova que Acuña já está ambientado ao Sporting.

A poucos minutos do fim, Conceição, como que a gozar, lança Corona (quem nos dera um Corona.. e no banco!). Precisou de 1 minuto para fazer aquilo que, neste momento, nenhum jogador do Sporting consegue fazer: perto do fim, tirou 3 jogadores do caminho, numa diagonal só parada à entrada da área. Livre. Havia Teles, Layun e Oliveira. O lance que, para mim, podia tirar já o Sporting da corrida pelo título. Mas, como em todo o jogo, estava lá Patrício...

Jorge Jesus continua a mexer mal, tarde e a levar poucas opções para o banco. Tal como com o Barcelona (apesar das boas entradas de B. César), será muito difícil mudar alguma coisa a partir do banco. Falta de opções? Não. O que falta é Confiança nas opções.
O que me deixa preocupado neste jogo é que ele esteve sempre controlado pelo FCP. Nunca lhes fizemos sofrer como eles nos fizeram a nós. Se pensarmos que contratámos quase 15 jogadores (eles contrataram 1), que JJ treina há mais de 2 anos e Conceição só há 3 meses, mais preocupado fico.

A nossa Liga é fraca. Conceição está a dar tudo para criar uma "almofada" (6/7 pontos), que lhe dê o conforto para gerir até ao fim. A partir daí, ninguém os pára. (porra, como me custam os pontos perdidos com o Moreirense e a displicência com que se abordou esse jogo)

3 semanas até ao próximo jogo da Liga. É tempo para restaurar confiança em todos e dar descanso a quem precisa. Infelizmente, Gelson e B. Fernandes vão até à Selecção. O mesmo com o contingente estrangeiro titular (Acuña à cabeça). Felizmente há o jogo em Oleiros para a Taça de Portugal. Terão de descansar aí.

Nada está perdido. Mas a verdade é que não ficou mais fácil.
Jesus tem de querer vencer pelo Sporting. A confiança que todos precisamos, terá de começar por aí.

domingo, 24 de setembro de 2017

O Clã de Jesus


Sentei-me para assistir ao jogo. Ainda antes de começar já estava deprimido. Uma vez mais, um 11 mal escolhido e um banco de suplentes ridículo.
Há menos de 1 ano, o Sporting sofreu muito em Moreira de Cónegos. Só ganhou porque Podence entrou na 2ª parte. Desta vez, nem foi ao banco...

No 11, de forma inexplicável, estavam Coentrão (quer dizer que vai fazer 3 jogos seguidos? Ou o Jonathan está reservado para o Barcelona e/ou FCP?), Bruno César e Alan Ruiz (que além de não estarem em forma, jogaram quase 90m 4 dia antes). Acuña ficou em casa (porquê que jogou 35m na Taça da Liga?), e Battaglia voltava ao banco (não é titular desde da grande exibição na Grécia. Não percebo porquê).
Pior que isso, Jorge Jesus colocou no banco 3 (!) defesas e 1 médio-defensivo. Para o ataque, só Iuri e Doumbia. Perante isto, fiquei sem saber qual era a equipa pequena.

Num campo de merda e perante um treinador que, em 14 jogos, só perdeu 5 vezes com o Sporting, jogámos com William e Bruno Fernandes no meio-campo. Como tenho dito, não gosto assim. Prefiro solidez defensiva e o Bruno como 3º médio. Resultado: o William (o nosso melhor jogador), não podia com tudo e Bruno nunca esteve no jogo. Na frente, a bola picava e o perigo ficou em casa.

Aos 20m de jogo, já farto com tanto mau jogo da nossa parte (Patrício já tinha levado com um jogador, do penúltimo classificado, isolado), após um canto nosso, Alan perde (mais) uma bola recuperada por B. César junto à área adversária. Podia ter rematado, podia ter dado na esquerda num isolado B. Fernandes, mas optou por fintar e perder. Deu em contra-ataque perigoso.
Nesse momento, desliguei tudo (merda daquela já vi muita e raramente me engano no resultado).

Resolvi ir ao Palácio da Ajuda assistir ao concerto da, sempre linda, Manuela Azevedo e a Orquestra de Jazz de Matosinhos. 1h.10m de boa música. Clássicos atrás de clássicos (Beatles; Rufus Wainwright; Queens of the Stone Age; Sérgio Godinho; Chico Buarque; Clã - entre outros).

Nada melhor que uma voz portuense (e uma banda dessa zona), para me lamentar (com ritmo), do fado do meu Sporting (ou será do meu Fado?). 
Já estávamos na 2ª parte, quando interpretaram o "I Am The Walrus". Nessa altura, já a morsa do Alan "Não me mexo, nem vejo os meus pés" Ruiz não estava em campo. Visto que eram umas 19.20, o Sporting estaria a empatar.

Não chegava. 2 pontos ficaram ali. 2 pontos que nos colocam no 2º lugar, em vésperas de receber o líder, o FC Porto. À 8ª jornada, a equipa de Sérgio Conceição pode ficar com 5 pontos a mais que Sporting e SLB. Nada mau. Cabe ao Sporting impedir isso.

O concerto acabou às 20.10, praticamente à mesma hora que o jogo acabou.
Se não houve tempo para o VAR ver o penalty sobre o Doumbia, ainda houve tempo para mais uma música (foi o encore).
Para rematar, os artistas optaram por uma música dos Clã.
Fiquei com esta parte na cabeça:

Salta agora pelo amor 
Ele dá o paladar 
Mesmo que a tua sorte 
 Seja a de um perdedor 
Nunca deixes de saltar


Foda-se, Manuela, percebeu-se assim tanto que tive o concerto todo a pensar no Sporting?


(merda para ti, Jesus. Não te preocupes, vamos fazer um bom jogo com o Barça e vais poder gabar-te disso. Quanto ao campeonato, uma vez mais, ficou no Minho. Mas isso nunca foi o mais importante, pois não?)

domingo, 17 de setembro de 2017

Bee cool (stay in school)


Minuto 72.
O magro 1-0 no marcador, uma exibição sem "rasgo" e um "padre" incomodado com a derrota, duas horas antes, da equipa das "aves", estava a deixar Alvalade inquieto. Os nervos começavam a apertar e ninguém estava cómodo com o que via (e o que podia ainda vir).
De repente, um miúdo que nem deve ter peso suficiente para dar sangue (e perde uns 5kg por jogo), cuja cara é já uma caricatura, de forma serena, confiante, e com muita qualidade... faz um golão.
2-0. 
Ele, sozinho, após uma jogada que revela a trapalhada em que estava o nosso jogo, resolvia acalmar 42401 espectadores (e outros milhares em casa), 17 jogadores, técnicos e dirigentes. 
O golo é, simplesmente, brutal. Não é preciso balanço nem afinar pontaria. É um golo ao alcance de poucos. E um deles mora ali, no Sporting (porra, que grande contratação...)

A partir daí o jogo acabou. Passámos a ser aquilo que ainda não tínhamos conseguido ser: rápidos e perigosos. Foram 2 golos mas podia ter entrado, pelo menos, mais 1.
O William. Fogo, o William merecia um golo (deve haver poucos momentos em que, no espaço de 1 minuto, o mesmo jogador remata à barra por 2 vezes). Sim, o William. O tal que está desmotivado porque não foi jogar para não descer em Inglaterra. Aquele mesmo que é o farol desta equipa (e de qualquer uma onde joga). Oferece linhas de passe, sai a jogar, recupera, mantém a equipa subida na frente, dribla e retira qualquer sonho a um adversário que vai, solto, com a bola. É o melhor jogador do Sporting, e ontem fez um jogão do car*****.


Mas o jogo não começou aos 72m..
Jorge Jesus fez 4 alterações em relação à Liga dos Campeões. Normal e bem. Ainda assim, acho que devia ter sido mais ousado. Iuri, Dost, Ruiz e Coentrão foram as novidades (eu ainda teria colocado o B.César pelo Acuña, que não existiu na 1ª parte).
Se Coentrão e Dost são titulares, Iuri estreava-se nessa condição e Ruiz tinha mais uma oportunidade. Coentrão traz segurança defensiva e qualidade na saída da bola (ele, Mathieu, Coates e William fazem da nossa 1ª fase de construção algo que é digno de equipa Grande). Dost trouxe combatividade (tanta bola ganha, tanta luta, um leão!).
Iuri, que não fez um bom jogo, fez uma 1ª parte razoável (ia marcando) e permitiu algo muito importante: dar descanso a Gelson (que nem entrou muito bem no jogo), mantendo alguma qualidade no jogo. É uma opção a ter em conta.  É preciso ganhar jogadores.
Já Alan... foi mais um jogo perdido. Boa visão, bom remate e qualidade de passe, tudo isso em vão se o cérebro (e pernas) executa de forma lenta e sem qualquer compromisso com o jogo e equipa.

Percebo que, nestes jogos, se retire um médio (Battaglia), e que se coloque mais uma opção atacante. Mas, sou sincero, prefiro Bruno Fernandes como 3º médio e não como 2º (e ontem recuperou muita bola). Acho que jogamos mais à frente, há um menor desgaste dos jogadores e somos mais perigosos.
A entrada de Battaglia devolveu isso à equipa. E foi a partir daí que melhorámos (e JJ mexeu bem na equipa).

Era um jogo complicado, por ser após um grande embate na Champions. Entendo que a exibição não pudesse ser das melhores. As dificuldades para criar bolas de golo foram enormes. No entanto, agora em Alvalade já moram especialistas em marcar livres (há quantos séculos é que isso não acontecia). E é por aí que, também, se podem vencer jogos. E foi isso que Mathieu fez tão bem. 

Missão (bem) cumprida. A confiança cresce com as vitórias e com a segurança de uma qualidade de jogo que cresce também. Não tendo sido espectacular (longe disso), foi eficaz. 
O próximo foco está em Moreira de Cónegos. Pelo meio, há um treino com o Marítimo. Não sei se a Taça da Liga ainda mantém as regras de incluir, na ficha técnica, pelos menos 2 jogadores da formação (a jogar 45m), e de ter de usar 5 jogadores que tenham sido incluídos na convocatória (efectivos ou suplentes), em 1 dos 2 jogos oficiais imediatamente anteriores. 
Se assim for, que seja este o 11:

 

ps: foi bonito e sentido o adeus à leoa Maria de Lourdes Borges de Castro. Não podia ser de outra forma.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Conhecer o Olimpo mas sem tirar os olhos do Hades


O Sporting fez um excelente jogo. Sim, trememos no fim (já vamos lá), mas o jogo foi sempre nosso. Chegar à casa do Olympiacos e jogar aquela 1ª parte e, na 2ª parte, fazer com não exista jogo até aos 65/70 minutos, é de equipa grande.
Se fiquei surpreendido? Claro que sim! Se acreditava que era possível apresentar este nível? Sim, acreditava.

O 11 estava bem montado (já o banco...). Sendo um jogo com espaço, Doumbia era uma opção óbvia. Eu via o jogo na televisão e os jogadores não se encavalitavam. Sendo inteligentes e tendo técnica e rapidez, havia muito espaço para explorar. Foi o que fizemos. Jogámos longe da nossa baliza (zero ocasiões do adversário na 1ª parte), mas com muito campo para ocupar. 
Um William imperial (a nossa saída de bola foi sempre de grande qualidade), um Battaglia a preencher bem os espaços, aliada à técnica de Bruno Fernandes (que achado...), traziam a equipa para a frente, onde a velocidade e rapidez de execução do trio da frente levavam a bola para a cara do golo.
Foram 3 golos. Mas podiam (e deviam) ter sido mais...

Cá atrás, os Coates e Mathieu estavam seguros e frescos (assim como Piccini - bom jogo!), e sabiam o que fazer com a bola (e isso é tão importante numa equipa que quer ganhar - que lance de Coates no 3º golo!). Já Jonathan, mais nervoso (mas com bons pormenores que deixam alguma esperança que pode ainda crescer), parecia destoar um pouco do resto (antevendo o que seriam os 5 minutos finais).

A 2ª parte, até aos 60/65 minutos, correu como tinha de correr. Relógio a andar, trocas de bola, posse e Olympiacos longe da nossa baliza e desejoso que o jogo acabasse. Os adeptos começavam a abandonar o estádio e os 3 pontos estavam mais que garantidos.


"A ganhar 3-0 ao intervalo, na segunda parte o jogo tinha de ter sido mais fácil. Os jogadores do Sporting foram atrás do jogo, mas foram «enganados» porque a ganhar 3-0 aos 89' nada pode prever que podemos levar dois golos, mas o futebol é isto. Podiam ter saído daqui com um resultado histórico, exibição brilhante, e não souberam aproveitar as facilidades na segunda parte.

(...)

...fizemos muito bem na 1ª parte e na 2ª já não tivemos intensidade defensiva e intensidade a sair com bola, quisemos um ataque posicional parado, sem dinâmica, e assim pões-te a jeito." - Jorge Jesus (final do jogo)


Epá, ó Jorge Jesus... Quem se pôs a jeito foste tu! Aos 60m, tanto Acuña como Bruno Fernandes já só batiam bolas longas (para fora). William já não podia com tudo (não tinha a quem entregar) e Battaglia não podia ir pressionar à frente (Acuna e B. Fernandes já não faziam isso), e guardar atrás. Ok, meteste o Dost. Dou-te essa de borla. Mas tirar o Gelson, deixando Acuña e Bruno Fernandes? Colocar o B. César (ok, concordo), mas na direita? A entrar, tinha de ir para a esquerda, até para apoiar o Jonathan (que estava bem na 2ª parte). Tu tiraste a bola ao Sporting. De repente, os 20 minutos finais, demoraram a passar. Não pode ser.
A equipa estava confortável, tu mexeste no equilíbrio. Acredita, eles não estavam adormecidos, estavam a controlar.
Não colocar Iuri Medeiros nos 18 é algo inexplicável... Mais uma vez, o banco estava mal construído.. Sim, claro, o Alan estava lá..
Querias dinâmica? À custa de quem? B. César, Petrovic, Dost e Alan Ruiz? Onde ficaram Iuri e Podence? Queres dinâmica e tiras o Gelson?
Então tu vês o problema e, em vez de o resolver, acentuas?
Ao tirar Gelson, deixaste o Piccini sozinho. Ao manter Acuña, deixaste Jonathan à sua sorte. Vê os golos deles.

JJ, houve tanto mérito teu nesta grande vitória e exibição (sim, foram 60m muito bons), como o demérito é teu na forma como se nivelou o resultado. Uma vez mais, mexeste mal no jogo, quer de forma tardia, ou trocando os jogadores errados. Temos de corrigir isto e só tu o podes fazer. O diagnóstico foi (bem) feito por ti. Resolve-o, sem manias.


Estas vitórias são muito importantes e fazem falta ao Sporting. Ver o meu clube, nas competições europeias, a ganhar fora e de forma tão clara, justa e autoritária é uma memória que tenho pouco presente. Sou capaz de me habituar a tão boa sensação.
Há muito trabalho pela frente. Festejar e, já, preparar o jogo de sábado. Se é para irmos "matando borregos", então que se continue e se consiga, finalmente, ganhar ao Tondela em Alvalade (eu vou lá estar, como sempre).

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Fui à Feira e vi o (meu) futuro


5 jogos na Liga, 5 vitórias.
Entrada na fase de grupos da Champions, após vitória grande em Bucareste.
Um plantel melhor (onde havia Marvin, há Coentrão; onde havia Semedo, há Mathieu; onde havia Castaignos, há Doumbia; onde havia Markovic, há Iuri Medeiros; onde havia Schelotto, já não há Schelotto).
Patrício, Coates, William, Bruno Fernandes, Gelson, Acuña e Dost.
Um treinador excepcional, que trabalha a equipa há 2 anos.
Um apoio brutal da massa associativa.

Tudo boas razões para querer escrever sobre o Sporting e estar confiante.
Então porquê não me apetece falar sobre o que vejo no nosso jogo, e sinto que estamos perto de vacilar?

Porque existe a realidade. E a realidade começa a demonstrar (uma vez mais) que, apesar de tudo de bom que este plantel tem, do contexto positivo que todos tentam construir à sua volta, existe o Ego. E o Ego é fodido e tende a estragar tudo. É ele quem não permite perceber que, por vezes, tomamos as decisões erradas. É quem nos tira a lucidez e nos coloca à frente e acima do que é, realmente, importante.

Os últimos 2 jogos do Sporting na Liga roubaram anos de vida aos seus adeptos. No banco, um treinador demonstrou como não se deve mexer na equipa. Em Sta Maria da Feira, para tirar um jogador, mudou 3 posições. E, tal como no Estoril, voltou a oferecer mais de 60m ao jogador errado (aliás, todo ele é um erro do futebol moderno).
O Sporting venceu porque, face aos últimos anos, tem tido duas coisas que, raramente combinam: Talento (individual) e Sorte (muita sorte).

Não consigo perceber como é jogamos tão devagar, de forma previsível e com tão pouca gente no processo ofensivo. Não entendo como é que, num canto, sofremos um golo na pequena-área, com o PL adversário a ser marcado pelo B. Fernandes. Custa-me aceitar que, a ganhar a 10m do fim, um canto nosso dê origem a um contra-ataque e ao golo do empate. 
E isto não de hoje, é crónico. Já vi e sei qual é o fim.

Podemos ter o melhor treinador (continuo a acreditar que sim), um plantel muito forte (que é), e um suporte, sem igual, de uns adeptos tão grandes como o clube que amam. Sim, temos isso tudo. Mas, se no fim, não aprendemos nada com os nossos, repetidos, erros (e obsessões), então desculpem, mas não vamos lá (novamente).

Nem tudo tem de ser assim tão difícil e tão cheio de sofrimento.

(porra, fiquei mesmo lixado com o nosso jogo na sexta-feira; pode ser que passe já amanhã)

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Se eu não tivesse visto, não acreditava


Mas é verdade. Esse momento chegou. Ontem, em Alvalade, viveu-se o impensável:
- comemorou-se uma decisão de um árbitro; 
- alguém, equipado de vermelho, fez um estádio inteiro gritar de alegria, como se fosse golo do Sporting.

Final de tarde de loucos em Alvalade. Entrada demolidora, boa dinâmica e vontade de resolver cedo, com qualidade, o jogo. 2 golos em 11 minutos anteviam uma tarde tranquila, após a tão famosa "ressaca europeia".
Meio a brincar (meio a sério), eu e os amigos relembrávamos um lugar-comum que muitos experts do nosso futebol gostam de usar: "o 2-0 é o pior resultado em futebol".
Isso é a mais pura das verdades, se a equipa que estiver a ganhar 2-0 for o Sporting (e se estiver a jogar em Alvalade)...

O Sporting não quis (ou não pôde) resolver o jogo. Cansaço, má colocação dos jogadores no campo, grande vazio entre a linha ofensiva e defensiva, deixaram o Estoril confortável no jogo, e à espera de um golpe do acaso que os trouxesse ao jogo. E foi isso que aconteceu aos 85m. Um mau alívio de Piccini (que fez um bom jogo), o normal vazio à frente da nossa área (os nossos "6" encostam demasiado aos centrais e, ontem, não tivemos "8"), e um golão de Lucas Envagelista (gostei deste jogador).
Alvalade voltava ao seu estado natural: o de sofrimento e com o síndrome de "pusemo-nos a jeito".

Mas o Sporting até reagiu bem a esse abalo. Duas bolas de golo em Dost e o golo da tranquilidade (bem) anulado. Com o estádio entre o alívio e desespero, surge mais um livre nas imediações da nossa área. Mais uma vez, toda a equipa dentro da área. O Estoril conseguiu fazer 3 trocas de passes sem pressão e isolou um jogador. Estava feito o 2-2 (sem Rui Patrício ter feito uma defesa).
Entre uns "cum caralho!!" e mãos na cabeça, Alvalade revivia a sua história.
Mas, desta vez, o Progresso trouxe a justiça que o fiscal-de-linha não quis aplicar. Golo anulado pelo (mal amado) Vídeo-Árbitro, e os 3 pontos ficaram em casa. 


O Estoril é uma equipa bem orientada e tem jogadores interessantes. Mas foi o Sporting quem falhou e podia ter deixado fugir uma vitória (quase) certa.

"Sabia que a equipa não tinha capacidade para ser uma equipa com velocidade de jogo e intensidade defensiva. Para além dos jogos que temos tido foi viagens, mudanças de horários e os jogadores não são máquinas. (...)
Na segunda parte fui jogando com o cansaço dos jogadores, que davam sinais para sair: a uns fingi que não ouvia, a outros que não via."

Porra, Jorge Jesus. Se sabias que a equipa tinha essas limitações todas. Se vias a equipa (como eu vi) a "desfalecer", então porquê este 11? Porquê que demoraste tanto a mexer na equipa?
O 11 começou logo a ser mal construído. A utilização de Alan Ruiz só se justifica por teimosia (e ficamos por aqui). Adrien, lesionado, fez muita falta porque Battaglia ficou sozinho (e junta-se demasiado aos centrais). Bruno Fernandes não pode jogar com Alan Ruiz. Fica um vazio enorme no nosso meio-campo. Mesmo partindo de trás de forma lenta, foram várias as vezes que o Estoril consegui estar só, e com bola, de frente com os nossos defesas.
Coentrão durou 30 minutos. Eram notórias as suas limitações físicas (eu bem avisei que não o queria na Selecção). Tinha de jogar o Jonathan. Depois, com Battaglia amarelado (que estupidez de amarelo), Bruno Fernandes não tinha capacidade para o ajudar. Devia ter saído (até por Bruno César, visto que Geraldes não serve para este plantel). A entrada de Iuri (a titular em vez de Ruiz), tinha de acontecer. Manter qualidade na frente, último passe e aproveitamento das bolas paradas. Até porque Gelson estava sozinho no ataque (Dost tinha morrido e Acuña já só sobrevivia). Temos de descansar mais com a bola.

Estes são os jogos que servem para justificar as 12 contratações anuais. 6 jogos em 21 dias. 2 meses de trabalho. É preciso gerir.

Agora, vêm aí duas semanas sem jogos. Treinar e recuperar. Esperemos que Adrien fique com o plantel e que Coentrão também seja dispensado da selecção. Daqui a 15 dias recomeça o loucura. Ganhar em Santa Maria da Feira é fundamental, para se ir a Atenas jogar a 1ª mão de acesso à Liga Europa. 
O 11 está encontrado (é o de Guimarães). Agora é gerir (e melhorar) à volta disso.

ps: que golão de Bruno Fernandes. Aprendeu com o Adrien...

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Champions? Aqui? Claro!


Esta eliminatória vale muito para o Sporting. Se, para uns, vale dinheiro (para gastar em 15 reforços e ordenados desproporcionais ao rendimento), para outros vale Prestígio, Orgulho e Confiança para o Futuro. De igual modo, uma passagem à fase de grupos da Champions League recoloca o Sporting no espaço dos grandes clubes. Mas é aí que merecemos estar? 


Esta passagem refere-se à crónica da 1ª mão, em Alvalade, há uma semana atrás. As mais valias de se estar na Champions League continuam lá. Quanto à resposta à última questão... bem, essa foi, ontem, dada de forma bastante convincente (e muito competente).
O Sporting partiu para os últimos 90 minutos da eliminatória assumindo a (grandeza da) sua História. Até ao 1-0, mandou, forçou e foi Grande. A entrada no jogo é de equipa Grande (de Champions).
Após o 1º golo, por Doumbia, voltou a ser Sporting... Lentidão, desconcentração e apatia. Deu em empate (é o Sporting...). Neste lance, mais do que bater em Mathieu (não vejo onde Coates esteve mal), é preciso ver que Bruno Fernandes deixa Piccini, com a bola, sozinho contra 3 adversários. Foi aí o erro principal.
Voltámos ao jogo, mas agora com a incerteza de se estar a 1 golo da eliminação.

Mas no outro lado, o Steaua confirmava um vazio táctico enorme. Em Portugal, dificilmente jogariam para o top-10. Pontapé para frente e pouco mais.

A 2ª parte revelou, ainda mais, a nossa Qualidade (individual e colectiva), e trouxe um resultado justo e que, como adeptos, já merecíamos há muito tempo. Mais do que passar, era preciso ganhar. Mostrar que somos fortes e queremos crescer.

Numa semana, a equipa evoluiu (é para continuar). Há muito tempo que os nossos melhores jogadores, em campo, não eram os defesas-centrais.
Hoje, temos um defesa-esquerdo como nunca vi no Sporting. As vezes que, naqueles poucos segundos aos 88m, Coentrão levanta a cabeça, revela o que é um jogador de futebol. 
Olhamos para Adrien, e vemos que voltou a recuperar as suas mais-valias: equilibrar a equipa, oferecer linhas de passe na saída de bola e devolver (bem) esta a quem a pode transportar para a frente. Vejam quantos golos passam por ele, sem ser ele a transportar a bola. Precisamos muito deste Adrien.

Depois há Bruno Fernandes... o que se pode dizer perante uma exibição destas? Um achado. Uma contratação que faz sentido e com o timing certo. Uma vénia a quem o contratou.

E a eficácia de Dost e Doumbia? Pensei que o costa-marfinense seria um complemento ao holandês. Não é. É a sua alternativa. Não tendo sido excelente cumpriu em 2 objectivos: marcou; deu 60m de descanso a Dost (que está fresco para o Estoril).

Mas quem eu vi, num patamar muito acima, foi Gelson Martins. Que grande exibição. Uma ajuda fundamental a Piccini (muito melhor que Schelotto - o que não é difícil), a capacidade em jogar em espaços tão curtos, permitindo a equipa subir, a forma como tira adversários do caminho e, ontem, com golo e boas definições. A personalidade e confiança na forma marca o 3º golo e, depois, assiste Dost para o 4º é, finalmente, de um Grande Jogador. Assim, rapidamente passará para aquele patamar de jogadores que valem 50M. A exibição foi tão boa que receio que possa não estar cá em Setembro.


Jorge Jesus pode ter encontrado a fórmula. A equipa não está montada para defender. Está montada para saber defender e ter jogadores de futebol no ataque. Inteligência, Criatividade, Velocidade de Execução e Eficácia. Se, a isto, ainda se juntar o Equilíbrio e Combatividade trazido por Acuña, o Sporting pode partir para uma história que andará perto da Felicidade.

É preciso continuar a crescer, e a Ganhar.
Domingo lá estaremos. Com o mesmo Dever (de ganhar), e sentido de Responsabilidade (somos o Sporting!).

Ganhar para descansar a seguir. Vêm aí as selecções. Coates, Acuña, Dost, Patrício, Adrien e Gelson estarão fora. Esperemos que F. Santos não olhe (já) para B. Fernandes e Coentrão (especialmente este último).

(não fomos em merdas e vencemos muito bem)

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Exorcismo


Em vésperas de um jogo muito importante para o Sporting (pelo prestígio, dinheiro, confiança e afirmação), relembrei-me de um péssimo capítulo da nossa História
E relembrei-me não por querer agoirar ou colocar pessimismo no jogo na Roménia, mas porque preciso de me afastar destes episódios malditos - demónios autênticos.

A eliminatória da, extinta, Taça UEFA contra o Casino Salzburg é dos acontecimentos mais tristes que vivi como leão (só suplantado pela derrota com o CSKA, também na UEFA). 
Pela forma como aconteceu, pela minha tenra idade (13 anos...), e pela equipa que tínhamos, foi uma desilusão enorme, criando traumas que veria repetidos, 1 ano depois, em Viena com o Rapid.

A minha história com o Casino também se conta em 2 capítulos: 1ª mão e 2ª mão.

Na 1ª mão, no dia 24 de Novembro de 1993 (já lá vão 24 anos...), desloquei-me a Alvalade com o meu pai e amigos (Gil e Piri), num quarteto que rumava a essa casa, em todas as 4ªs feiras europeias, desde da gloriosa caminhada da equipa de Marinho Peres (1990/91).
Após termos eliminado o Kocaelispor (Turquia) e o Celtic (Escócia), naquele que foi dos melhores ambientes que vivi em Alvalade (graças ao nosso público, mas com muito mérito da claque escocesa), parti confiante para esta eliminatória. 
A equipa encontrava-se bem. Tínhamos Cadete, Valckx, Balakov, Figo, Cherbakov, Paulo Sousa, entre outros, e éramos bem liderados por Bobby Robson, Manuel Fernandes e Mourinho. Na Liga, seguíamos em 1º, algo raro na minha memória.

O jogo correu bem. 2-0, com um golão de Cherbakov e outro de Cadete. Creio que ainda enviámos uma ou duas bolas aos ferros (teria dado jeito terem entrado...).
No final, contente com exibição e confiante com o resultado, olhei para o meu pai que só abanava a cabeça e que estava visivelmente desiludido. Questionei-o acerca do seu desagrado, e ele só dizia: "devíamos ter metido mais um golo"
No meu desconhecimento acerca daquilo que o Sporting pode fazer para nos surpreender, ainda lhe disse (e como me arrependo... - e tenho a clara imagem deste episódio na minha cabeça): "Pareces um benfiquista! Esses é que estão sempre a protestar contra a própria equipa. Nunca estão satisfeitos!". Não me respondeu, nem repreendeu (e como deve ter doído tal insulto), e só voltou a falar em casa.

Chegados a casa, a minha mãe recebe-nos e pergunta logo pelo resultado. O meu pai, encolheu os ombros e, tristemente, respondeu: "2-0, ora bolas..."
Não percebia aquela descrença. Então ele disse-me: "Já tinha combinado com a mãe que, se ganhássemos, pelo menos, por 3 golos, íamos ver a 2ª mão à Áustria. Assim... não vamos."

Fiquei ainda mais zangado com ele. Porra, com 2-0 não dá para ir? Ainda por cima nunca andei de avião e nem sequer fui a Ayamonte! Irredutível, a decisão paterna manteve-se.
Então ele foi à sala, e junto dos folhetos da viagem à Áustria para ver o Sporting, guardou o plano de jogo da 1ª mão, comprado nessa noite. Aí ficaram, até que na semana passada, resolvi abrir essa pasta e fotografar, tendo sido "publicados" nesta conta de Twitter, dirigida por um grande leão (um forte abraço para ele!).


15 dias depois, dia 7 de Dezembro, um mês tradicionalmente fatídico para o Sporting, eu e o meu pai pusemo-nos à frente da Tv para assistir à 2ª mão. De porta fechada, em isolamento para o resto da casa, assistimos à derrocada. Exibição péssima e golos falhados. Só 1 golo bastaria para se ser feliz.

Quando, perto do minuto 90, Costinha dá um frango para o 0-2, percebi que, com 13 anos, estou ainda mais próximo da infância do que da adolescência. As lágrimas começam a correr... Logo a seguir, ainda antes do prolongamento, Capucho atira uma bola ao poste. Azar, azar. 
Abandonei o meu pai e não vi o prolongamento (ainda hoje não sei como foi o 0-3). Refugiei-me num canto da casa e chorei agarrado à minha mãe. Chorei, chorei e chorei.
A minha mãe, coitada, só me tentava ver que aquilo "era só futebol" (e era), e que não valia a pena tamanho compromisso e tristeza. Mas, naquele momento, eu não queria saber.
Naquelas lágrimas, estavam anos e anos de derrotas e de nunca ter visto o meu clube ganhar. No dia seguinte era dia de escola, e lá estariam 20 lampiões à minha espera, para perpetuar a desilusão, com crueldade própria da idade. Esses mesmos lampiões, os que estão sempre a ganhar.
O meu pai aparece e confirma o desastre. Ficámos por ali.
Em Salzburg começou o fim dessa época, às mãos de um Sousa Cintra, com Coração e Garra de Leão, mas sem cabeça para nos governar.
Só muito tempo mais tarde agradeci ao meu pai o facto de nunca termos ido à Áustria. Ainda bem que ele não cedeu ao meu entusiasmo e colocou a sua "experiência de Sporting", para perceber que, aqui, nunca nada está certo. E o Sporting consegue sempre desiludir-nos, da pior forma.

Dali para a frente, só mais uma vez caíram lágrimas de tristeza pelo Sporting. No 3-6, contra o SLB (do quarteto que ia a Alvalade, só fomos 3 - o meu pai não quis ir ver o jogo). 
Depois disso, secou.


É preciso que estes episódios comece a fazer parte de um Passado longínquo. O Sporting, pela sua grandeza, investimento e qualidade no plantel, não pode acumular derrotas e humilhações. Amanhã, em Bucareste, só temos de ter um pensamento: Vamos passar a eliminatória!

A nossa Paixão pelo Sporting é diferente da que vemos nos outros adeptos pelos seus clubes. Não digo que seja melhor. Não há arrogância neste pensamento. 
Mas, apesar da diferença que apregoamos, o desejo de quando vemos a nossa equipa a jogar é o mesmo: VENCER.

(deixem-se de merdas)


ps: uma vez que não tive acesso ao computador entre sexta-feira e hoje, e com a aproximação ao jogo da Liga dos Campeões, não fiz um post sobre a excelente vitória em Guimarães
Quando se ganha (daquela forma), há pouco a escrever. Foi bom, muito bom. Fomos uma equipa Grande, como há muito não se via. Jorge Jesus fez o óbvio: devolveu um 3º elemento ao nosso meio-campo (Bruno Fernandes - grande jogador!), e deu a Adrien e Battaglia a função de lhe passar a bola, e não de a transportar. Depois, existiu imprevisibilidade ao processo atacante, com as trocas dos extremos. A evolução (e resultado), foi notória. 
Uma nota final para a excelente entrada de Iuri Medeiros: inteligência, criatividade, rapidez de execução e simplicidade de processos. É isso que ele traz. É ver o golo de Adrien e está lá tudo. Espero que tenha sido o 1º passo para a sua definitiva afirmação no Sporting. É aí que o queremos ver jogar.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Champions? Aqui? Não me façam rir...


Apesar das constantes "lições de sportinguismo" por parte do Presidente, e dos recorrentes ataques contra a sua militância e apoio à equipa (estes vindos do Treinador), mais uma vez, os sócios e adeptos lá foram a Alvalade ver jogar o Sporting. Ontem, num feriado e no centro das férias de Verão, foram "só" 46 mil espectadores. Realmente, muito poucos.. Ainda mais quando o Sporting é um clube cheio de vitórias no Futebol, e que brinda sempre a assistência com exibições de luxo.

Esta eliminatória vale muito para o Sporting. Se, para uns, vale dinheiro (para gastar em 15 reforços e ordenados desproporcionais ao rendimento), para outros vale Prestígio, Orgulho e Confiança para o Futuro. De igual modo, uma passagem à fase de grupos da Champions League recoloca o Sporting no espaço dos grandes clubes. Mas é aí que merecemos estar? 

À imagem do último jogo, apesar da vontade em resolver cedo o jogo, pressionar alto e impor alguma velocidade, a verdade é que a equipa do Sporting jogou pouco, muito pouco. 
Os erros que se viram nesse jogo, voltaram-se a repetir. O que mudou? A qualidade do adversário (este Steaua é superior ao Vitória, mas inferior a um Rio Ave), e ausência de erros parvos na defesa, à imagem do penalti que deu a última vitória.

O jogo que, hoje, o Sporting oferece "é uma seca". Tudo previsível. Bola do Central para o Lateral. Do Lateral vai para o Extremo. O Extremo corre sozinho com a bola. Extremo cruza (geralmente mal), para um Dost cada vez mais (e mais marcado). Este tipo de jogo, tão bem "trabalhado" no final da época de Leonardo Jardim e em todo o curto reinado de Marco Silva, voltou ao Sporting.
Bola no meio, tabelinhas, jogo entre-linhas, avançados de frente para o jogo, bola em espaços interiores.. tudo isso é uma miragem. 
Juntando a isto, os únicos jogadores do plantel que, no meio-campo, sabem o que fazer com uma bola (William e Bruno Fernandes), não jogam. Ficam Battaglia e Adrien. Um meio-campo sem cérebro, que pode dar jeito em alguns contextos, mas nunca num jogo em que tem de se Vencer e perante adversários tão fracos. Pior que isso, é constatar que Adrien está fisicamente de rastos, não podendo contribuir de forma tão eficiente no jogo. Então porque joga? É mais um dos mistérios que caracterizam a preparação desta equipa.

É claro que todas estas limitações e banalização táctica da equipa, convergem num futebol pouco apelativo, apático e nada perigoso. Os adversários estão, quase sempre, confortáveis. Contam-se pelos dedos de uma mão, as reais oportunidades de golo (e já estou a exagerar).
Assim, é muito difícil...
O Sporting, com um mês de trabalho de Jorge Jesus, jogava muito mais futebol do que joga ao fim de 2 anos. Isto não é normal.

A forma como Acuña e Gelson são "largados", com a bola, à sua sorte define bem a tristeza exibicional e a carência de soluções que o actual jogo do Sporting oferece. A isto, acresce-se uma total incompetência para se aproveitar os numerosos lances de bola parada que surgem perto da área adversária. Estes, ou resultam em cruzamentos "balão", ou morrem no 1º adversário que encontram, ou correspondem a "lances estudados" dignos de uma equipa de INATEL que nunca treina junta. 
Nos últimos 5 minutos de jogo, apesar de já se estar a jogar contra 10 há 10 minutos (e estar 0-0...), JJ brindou-nos com a presença de Iuri Medeiros em campo. Nesse período, marcou um livre e um canto. Alvalade há muito que não via uma bola tensa para dentro da área adversária. Se Iuri passar a jogar mais minutos, de certeza que vai perder essas qualidades. Por isso, obrigado JJ por manteres este jogador longe dessa perdição. Há que mantê-lo assim, puro.

Estes 2 últimos jogos, em casa, deviam elevar a equipa e trazer-lhe segurança exibicional e confiança para os desafios (mais duros), que terão lugar no sábado (Guimarães) e 4ª feira (Steaua, na Roménia). Mas isto é o Sporting. E sendo assim, optamos sempre pelo caminho mais difícil. Deve ser esta a adrenalina que nos move (e que, lentamente, nos mata).

Mas nem tudo é mau. Se formos para a Liga Europa (onde estão as equipas do nosso nível), garantimos, já, 3M de €. Não é muito, mas já ajuda a pagar meia-época de Jorge Jesus. Ok, falta o resto. Mas 3M sacam-se bem de uma venda de Schelotto, Marvin, Douglas, Rossel, Slavchev ou Heldon.
Bem, esta parte era a brincar.

sábado, 12 de agosto de 2017

Pode este Leão voar?


Mais de 42 mil pessoas assistiram, ao vivo, ao 1º espectáculo em Alvalade da tournée Sporting - 2017/18.
Se na Vila das Aves o Sporting tinha sido "profissional", ontem o leão resolveu subir a parada e aumentou-lhe mais "garra", velocidade e, também (embora ainda pouca), Qualidade. Fiquei com a sensação que os jogadores deram tudo. Por isso, saí satisfeito.

O 11 sofreu algumas alterações, face ao último jogo. Daquelas trocas que, nesta fase, podem dizer isto:
a) o jogo a seguir é mais importante que este, rodando a equipa para haver descanso;
b) já há limitações físicas em jogadores importantes (Coentrão);
c) alguém importante vai sair em breve (William);

Confesso que, para este jogo e oponente, o 11 que terminou estava mais próximo daquilo que eu faria. Jogaria com Dost e Doumbia, Adrien a 6 e B. Fernandes a 8.
O Vitória, veio passar 90m do seu tempo a Alvalade. Só. Não quis mais nada do jogo. Face a esta postura, precisamos, claramente, de mais presença na área (Doumbia), e Inteligência e Criatividade na união entre meio-campo e ataque (B. Fernandes). 

A entrada em jogo foi excelente. 15 a 20m de alta rotação, pressão alta e rapidez. Em termos de futebol, foi o melhor período. Mas esse domínio, valeu-nos 2 oportunidades de golo (Acuña e Gelson). É pouco, muito pouco. O Sporting tem deficiências ao nível da definição. O último passe é geralmente mau, não levando sequer a criar situações de perigo.
Gelson, que mais uma vez foi o único criativo em campo (durante muito tempo... Podence esteve muito mal no jogo, muito mal...), continua a ter sérias deficiências na altura de cruzar, soltar a bola, fazer o passe. 
Por outro lado, o nosso jogo volta a ter muitos dos problemas que se viu no passado: está demasiado lateralizado. O campo é demasiado largo, ficando a equipa muito afastada entre si. Há 1 ano, "as fichas" estavam todas colocadas nas correrias de Gelson e na entrega sem limites de B. César. Este ano, voltamos a fazer o mesmo, mas com Acuña. Não pode ser. A baliza está no meio, é por ali que temos (e devemos) ir mais vezes.
Curiosamente (ou talvez não), o momento em que criámos mais situações de golo, foi quando Doumbia e B. Fernandes entraram, já com Acuña "morto" e Gelson muito cansado. 

A vitória acabou por chegar, perto do fim, num penalti indiscutível. Faltas iguais aquelas, B. Paixão fartou-se de marcar no meio-campo. Na época passada, B. César cometeu penalti igual sobre Lindelof. Se é uma estupidez por parte do defesa? Sem dúvida.

3 pontos. (Sempre) Muito importante. Mas convém relembrar que, até agora, defrontámos duas equipas fracas, sem capacidade e vontade de nos incomodar. A dificuldade vai crescer e nós temos de crescer também, rapidamente. O ataque tem de melhorar e ser mais eficaz.
Uma atenção especial para a nossa defesa. Para mim, Mathieu foi o melhor jogador em campo. Gostei muito, a sério. Fui (sou) contra a sua contratação. Espero que me engane para admitir o meu erro. Coates também esteve muito bem. Jonathan e Piccini estiveram regulares a defender (só). São estes os jogos (e adversários), onde devem jogar, para ajudar a descansar os "titulares". É isto um plantel. É, também, por isto que se contrata 11 jogadores (e ainda não acabou...).

3ª feira vem aí um jogo importante. Vale milhões de €€. Acredito que sim. Por isso mesmo é que não confio nestes jogos. E a nossa história diz-me que tenho razão para me sentir assim. Vamos ver...
 

Uma nota final para o William Carvalho.
William é, juntamente, com Balakov, Figo, André Cruz, Schmeichel, Jardel e Pedro Barbosa, o melhor jogador que vi no Sporting. É de top-Mundial. Não percebo como é que possa ir para um West Ham, assim como não percebo como é que passou aqui 4 anos, sem que nenhum clube (de topo) o levasse.
E a última coisa que eu, também, não percebo, é a existência de negociações para a sua saída. A cláusula de rescisão é de 45M (é baixa, mas é a que é). Não há discussão. Paguem e levem-no. Se é para negociar, que seja por mais, pois face à sua qualidade, irá sempre barato.

Boa Sorte, William! Foi um enorme prazer.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Vamos ao Circo - nova temporada


Teve ontem início a nova temporada de Circo (do futebol português), com o alto patrocínio da Liga de Clubes, Federação Portuguesa de Futebol, Ministério Público e, como é óbvio, Estado português.

À imagem das temporadas anteriores, a cada companhia creditada compete fazer 34 espectáculos, de Agosto a Maio.
O Sporting, como não podia deixar de ser, e uma vez que é uma das companhias mais antigas do circuito nacional, será parte integrante deste entretenimento. De forma intercalada, fará 17 espectáculos longe da sua casa, fazendo os restantes 17 no seu domicilio, onde cerca de 30 mil espectadores já garantiram o seu lugar para toda a temporada (eu já tenho o meu!).

De Chaves a Portimão, a tournée leonina tentará chegar ao maior número de locais possível, com o objectivo de poder ser vista (e acarinhada), pelos milhares de fãs que tem por todo o país, num fenómeno de grande orgulho e beleza, mas que cada vez é mais difícil de explicar (e acreditar). Pena que ainda não seja desta que se possa chegar mais ao interior. Mas também é para isso que serve a Equipa B. Por exemplo, ainda ontem esta formação foi à Covilhã, num convívio com o Sporting local, chegando às gentes muitas vezes esquecidas da Beira interior. Diz quem viu, que a festa foi boa. Ainda bem.

A fim de manter sempre uma audiência cativada (e ilusionada), o Sporting mudou radicalmente o seu elenco. Para já (mas virão mais...), 11 caras novas, numa prática transversal aos últimos anos. Há quem chame "contratações cirúrgicas", eu acho que é mais uma patologia (isso, vou pensar que é uma doença, só para não me chatear).
Uma vez mais, a promessa de ter um elenco mais novo, com alunos vindos do "Chapitô" de Alcochete - cuja Qualidade e grande preparação é indiscutível - ficou por aí mesmo, promessa... 
Das caras novas, Coentrão, Bruno Fernandes, Doumbia e Acuña são, claramente, reforços. Mathieu e Battaglia podem vir a ser boas surpresas (veremos). Salin é jogar pelo seguro. De resto... o mais certo é terem tanta relevância e destino como tiveram os "cirúrgicos" Castaignos, Douglas, Petrovic, Marvin, Meli, etc, etc.

A tournée começou na Vila das Aves. Apesar de estádio cheio para ver o Sporting, este apresentou-se com uma postura, meramente, profissional. Cumpriu a sua missão. Não digo que esteja mal. E sendo o 1º espectáculo, os artistas não quiseram logo (nem podiam), dar tudo. Foram lá, tocaram os clássicos, respeitaram quem comprou bilhete, mas não houve lugar a encore. Agradeceram ao público, arrumaram a bagagem e partiram rumo a Lisboa onde, já nesta sexta-feira, terão novo espectáculo contra o Vitória de Setúbal, em Alvalade.
Na verdade, face ao alinhamento, seria difícil o jogo ser animado. Para existir velocidade, só existia um jogador em palco: Gelson
Claro que não surpreende que tenha sido por ele que tenha existido palmas e golos. Muito bem secundado pelo Marcus "Belarmino" Acuña, Gelson foi a figura de uma vitória justa, mostrando que inícios de época é com ele.
De destacar a regularidade de Rui Patrício e William, assim como de Coates e, agora, Coentrão.

Jorge Jesus, o Mestre de Cerimónias pela 3ª temporada consecutiva, embora sem nunca admitir, lá percebeu que o espectáculo estava longe de entreter. E, contra a sua vontade, teve de lançar Podence, acrescentando Qualidade e Velocidade ao jogo. Que surpresa... (e vindo do "Chapitô"!)
Fico preocupado, mas não surpreendido, com a presença deste jovem talento no banco (e Iuri na bancada... alguém tem de fazer de F.Geraldes neste plantel, não é?). A intenção de JJ é óbvia: ali, naquele lugar, só há lugar para Alan Ruiz. O modelo é esse e só assim se explica a presença de Bruno Fernandes naquela posição.

Uma nota final. Vejo que JJ não quer mudar muito face aos espectáculos da temporada passada. Não sei se é boa ideia. O elenco parece melhor (apesar de algumas saídas que não gostei: Semedo, Esgaio, Beto, Gauld, Matheus  Pereira e F.Geraldes), mas há traços que eu mudaria. Trazer para defesa-direito alguém igual ao Schelotto é querer usar e replicar sequências cómicas que, para nós adeptos leoninos, já não têm assim tanta piada. Mas enfim... estamos só a começar.

Uma homenagem à voz de um leão, que precocemente nos deixou, com um tema que podia bem ser o hino da palhaçada que, alegremente, fazemos parte.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

#DiaDeSporting (dia de memórias do coração)

(imagem retirada de: https://twitter.com/Sporting_CP)


Dia 26 de Março de 2015. Lançamento da 1ª pedra do novo Pavilhão João Rocha, a futura casa das modalidades do Sporting Clube de Portugal.
No meio daqueles que testemunharam este acto simbólico, está o meu pai (acompanhado pelo meu tio, companheiro de tantas viagens e sofrimento leonino...). Foi a última vez que visitou o Estádio José de Alvalade, casa do (seu) Sporting e sua "casa" também. 
Não deixa de ser simbólico que o último local, associado ao Sporting, onde esteve seja num espaço onde passou muito do seu tempo, o "velhinho" Estádio José de Alvalade.

Hoje é um dia bom para o nosso Clube. É um dia feliz para todos os leões que, sendo atletas, dirigentes, técnicos ou simples anónimos sócios e adeptos, deram muito para a História e Grandeza desta centenária Instituição.
Por isso, é também um dia de Memória e Saudade (muita..).

Parabéns a todos aqueles que permitiram que esta obra fosse possível. Era, claramente, uma parte que faltava no nosso Património.
Que seja um espaço onde se viva Sporting, das suas Modalidades, Ecletismo, de Vitórias e de Desporto. E que todos aqueles que ali entrarem sejam, acima de tudo, dignos da sua utilização. 

Infelizmente, não pude acompanhar o meu pai no dia do lançamento da 1ª pedra nem estarei, hoje, na sua inauguração.
Mas fica aqui a promessa: no 1º jogo que for ali assistir, levarei a sua camisola da "Missão Pavilhão".