A contratação de Sinama Pongolle veio confirmar duas afirmações proferidas no post anterior. Se, por um lado, finalmente existe em Alvalade alguém que sabe minimamente de futebol (Pongolle é um bom jogador, espécie raramente vista a equipar de verde e branco), por outro lado, a arte de negociar é muito limitada, confirmando a pouca manobra que o Sporting, neste momento, tem para contrapor às propostas financeiras defendidas pelos clubes vendedores. O negócio da contratação de Pongolle ao Atlético de Madrid foi um mau negócio e por valores totalmente elevados e desfavoráveis ao Sporting Clube de Portugal.
7,5 milhões de euros (esperemos que seja este o valor a pagar, seria sinal que Pongolle tinha singrado) é muito dinheiro por este jogador que, neste momento, não tem esse valor de mercado. Vejamos:
- Pongolle não é titular numa equipa que está para descer em Espanha.
- Pongolle marcou 5 golos em duas épocas no Atlético de Madrid.
- Atlético Madrid como cemitério de jogadores (taco a taco com o Paris Saint Germain e com o Corunha pós-Lei Bosman) que só consegue desvalorizar jogadores que se tornam muito excedentários.
- 7,5 milhões de euros é um preço pelo qual o Sporting jamais conseguirá vender qualquer um dos seus avançados, o que coloca Pongolle como o mais importante deles todos.
- O Atlético de Madrid estava desesperado por dinheiro e por vender Pongolle (sem mercado de topo em Espanha) em virtude de querer novos jogadores.
- O Atletico de Madrid procura um guarda-redes e nós acabámos de dispensar um internacional com presença certa no próximo Mundial para o Wigan, em Inglaterra. Não serviria para amortizar o preço?
- Pongolle não tinha muito para escolher. Ou ficava num clube onde não joga, ou ia jogar para não descer em França e Espanha. O Sporting aparece-lhe como equipa que (ainda) joga na Europa, que (ainda) luta por títulos e que, em todos os jogos, tem a obrigação moral de jogar para ganhar. Resumindo, o Sporting era a sua melhor opção e devia-se ter jogado com isso ao negociar com jogador e clube detentor do seu passe.
O Sporting apresenta-se, nesta fase de mercado de Inverno, como alguém desesperado que precisa de emendar os erros que fez no Passado e que condicionam claramente o Presente e Futuro. Não critico as escolhas feitas até então (e falo só das aquisições confirmadas), pois parecem-me acertadas, mas sim a exposição de fraqueza e desespero que o Sporting se apresenta numa ronda negocial. Essa fraqueza está exposta perante todos. A posição classificativa, a ausência de modelo desportivo e estratégia bem delineada para o futuro, faz com os actuais dirigentes tentem colmatar lacunas, de forma apressada, colocando o Sporting numa posição com pouco espaço de manobra para negociar ou mesmo abortar negócios, claramente contra os interesses leoninos.
A debilidade é tão grande que clubes sem história (mas lado a lado na tabela classificativa) como Nacional e União de Leiria dão-se ao luxo de "pressionar" o Sporting, nos casos concretos dos jogadores Ruben Micael e Carlão, colocando um preço elevadíssimo nos seus passes, sabendo que só um clube fragilizado e pressionado pela massa associativa como o Sporting pode atingir tais valores, impraticáveis e nada condizentes com o valor actual desses jogadores.
O Sporting só conseguirá inverter esta situação quando, no campo, os resultados se alterarem. As vitórias e boas exibições recolocarão o respeito perdido, a alma ferida e a valorização de uma equipa e de uma marca, cada vez mais decadente e desvalorizada. A inversão de resultados, aliados a uma confiança e liderança forte, permitirá ao Sporting vaguear pelo mercado, podendo ditar leis e negociar com clubes, no outro lado da mesa, que perante si se apresentarão frágeis, expostos, desesperados e com grande ausência de solidez interna.
Mas uma interrogação permanece. Serão os actuais responsáveis pela Direcção (Bettencourt) e Futebol Profissional (Sá Pinto e Carvalhal) capazes de operar tamanha mudança?
(o futuro começa já no próximo domingo)
7,5 milhões de euros (esperemos que seja este o valor a pagar, seria sinal que Pongolle tinha singrado) é muito dinheiro por este jogador que, neste momento, não tem esse valor de mercado. Vejamos:
- Pongolle não é titular numa equipa que está para descer em Espanha.
- Pongolle marcou 5 golos em duas épocas no Atlético de Madrid.
- Atlético Madrid como cemitério de jogadores (taco a taco com o Paris Saint Germain e com o Corunha pós-Lei Bosman) que só consegue desvalorizar jogadores que se tornam muito excedentários.
- 7,5 milhões de euros é um preço pelo qual o Sporting jamais conseguirá vender qualquer um dos seus avançados, o que coloca Pongolle como o mais importante deles todos.
- O Atlético de Madrid estava desesperado por dinheiro e por vender Pongolle (sem mercado de topo em Espanha) em virtude de querer novos jogadores.
- O Atletico de Madrid procura um guarda-redes e nós acabámos de dispensar um internacional com presença certa no próximo Mundial para o Wigan, em Inglaterra. Não serviria para amortizar o preço?
- Pongolle não tinha muito para escolher. Ou ficava num clube onde não joga, ou ia jogar para não descer em França e Espanha. O Sporting aparece-lhe como equipa que (ainda) joga na Europa, que (ainda) luta por títulos e que, em todos os jogos, tem a obrigação moral de jogar para ganhar. Resumindo, o Sporting era a sua melhor opção e devia-se ter jogado com isso ao negociar com jogador e clube detentor do seu passe.
O Sporting apresenta-se, nesta fase de mercado de Inverno, como alguém desesperado que precisa de emendar os erros que fez no Passado e que condicionam claramente o Presente e Futuro. Não critico as escolhas feitas até então (e falo só das aquisições confirmadas), pois parecem-me acertadas, mas sim a exposição de fraqueza e desespero que o Sporting se apresenta numa ronda negocial. Essa fraqueza está exposta perante todos. A posição classificativa, a ausência de modelo desportivo e estratégia bem delineada para o futuro, faz com os actuais dirigentes tentem colmatar lacunas, de forma apressada, colocando o Sporting numa posição com pouco espaço de manobra para negociar ou mesmo abortar negócios, claramente contra os interesses leoninos.
A debilidade é tão grande que clubes sem história (mas lado a lado na tabela classificativa) como Nacional e União de Leiria dão-se ao luxo de "pressionar" o Sporting, nos casos concretos dos jogadores Ruben Micael e Carlão, colocando um preço elevadíssimo nos seus passes, sabendo que só um clube fragilizado e pressionado pela massa associativa como o Sporting pode atingir tais valores, impraticáveis e nada condizentes com o valor actual desses jogadores.
O Sporting só conseguirá inverter esta situação quando, no campo, os resultados se alterarem. As vitórias e boas exibições recolocarão o respeito perdido, a alma ferida e a valorização de uma equipa e de uma marca, cada vez mais decadente e desvalorizada. A inversão de resultados, aliados a uma confiança e liderança forte, permitirá ao Sporting vaguear pelo mercado, podendo ditar leis e negociar com clubes, no outro lado da mesa, que perante si se apresentarão frágeis, expostos, desesperados e com grande ausência de solidez interna.
Mas uma interrogação permanece. Serão os actuais responsáveis pela Direcção (Bettencourt) e Futebol Profissional (Sá Pinto e Carvalhal) capazes de operar tamanha mudança?
(o futuro começa já no próximo domingo)
1 comentário:
Concordo plenamente com a tua perspectiva. O teu post vem dar também alguma "razão" aos últimos comentários de Luís Duque. Eu acho que tudo isto é incompetência de quem está no comando, incompetência essa que é agravada pela pressão que existe actualmente devido aos maus resultados. Sobre a falta de arte e engenho negocial esta aplica-se também à venda e dispensa dos jogadores, aparentemente não conseguimos vender ninguém nem conseguimos colocar os nossos jogadores excedentários, temos muitos jogadores emprestados mas temos poucos jogadores a jogar emprestados na 1ª divisão.
Em relação aos últimos negócios, 3M por João Pereira não é um bom negócio a nível financeiro, mas até dá para aceitar porque é um jogador que tem sido regular e que até se poderá valorizar sendo que deverá ter um salário ao nível da média do plantel. Agora o Pongolle é um bom jogador, concerteza, mas acho que dificilmente o valorizaremos pelo valor que o comprámos dentro do termo do contrato (penso que são dois anos e meio), além do mais terá o salário mais elevado do plantel, o que poderá causar problemas caso não renda o que se está à espera. Eu sinceramente preferia ter investido o dinheiro que demos pelo Pongolle no Ruben Micael e tentar dar mais uma oportunidade a Caicedo uma vez que me parece que vai ficar no plantel.
Saudações Leoninas
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