terça-feira, 31 de agosto de 2010

À sombra do Pinheiro

Foram dois os golos de diferença na vitória do Sporting sobre a Naval.
Foram dois os erros da arbitragem que permitiram os dois primeiros golos do Sporting.
São duas as vitórias consecutivas, para o campeonato.
São dois jogos seguidos a marcar 3 golos.
São duas semanas para respirar, evoluir e não adormecer à sombra de um "Pinheiro" que tarda em vir.

Após a inexplicável perda de pontos em Paços de Ferreira, até à pausa das Selecções "de todos nós" o Sporting tinha que conquistar os 6 pontos em disputa e classificar-se para a fase de grupos de Liga Europa. Objectivo cumprindo o que permite aliviar a pressão sentida nestas duas últimas semanas, fortalecer processos e modelos de jogo e recuperar jogadores lesionados, que muita falta fazem às opções da equipa.

O jogo de ontem, numa vitória justa e inequívoca, permite evidenciar alguns aspectos, tanto negativos, como positivos:

Negativos:
- Nuno André Coelho: parece que lhe fez mal a convocatória para a selecção nacional de 50% do seu passe. Abusou sem sucesso dos passes longos, teve lesto em algumas saídas de bola e muito macio na abordagem aos lances defensivos, com destaque para o golo da Naval, em que vira as costas à bola, e para uma entrada em carrinho, despropositada, que quase dava uma jogada perigo que levaria ao 2-3.
- 1ª parte: apesar do domínio, pouca construção ofensiva de forma sustentada e pensada. Boa circulação no nosso meio-campo era contrastada com a ausência da mesma no meio-campo adversário, onde raramente ocorreram 3 passes seguidos e o futebol directo foi usado de maneira abusiva e sem sucesso.
- Laterais no processo defensivo: descoordenação nas subidas permitiu a existência de muito espaço nas costas, havendo lugar a superioridade numérica por parte da Naval. Aspecto a rever que, não colmatado, pode causar muitos dissabores à nossa equipa.
- Golo sofrido: um livre de frente para área e nenhuma das duas bolas pelo ar foi ganha pela nossa equipa. Lamentável, numa altura que ainda criou esperança a um adversário já moribundo.
- Saleiro e Djaló: o último passe destes dois jogadores evitou que o Sporting construísse uma goleada "das antigas". Falta de noção das zonas dos companheiros (fruto da cabeça andar sempre pelo chão) e displicência na forma como passam a bola coloca-os num patamar muito inferior ao dos jogadores de qualidade que deveriam pertencer a este plantel. E atenção, não me refiro só ao último lance do jogo, em que devia ser golo em qualquer parte do Mundo.
- Elmano Santos e seus auxiliares: o 1º golo é duplamente ilegal fruto do fora de jogo de Liedson e do empurrão deste ao defesa da Naval. Falhas imperdoáveis que condicionaram o resultado. Penalty assinalado é duvidoso, mas o que ocorre, mais tarde sobre Liedson é demais evidente. Excesso de amarelos aos jogadores leoninos (os de André Santos e Patrício são de rir) e ausência para os da Naval (então em protestos, não sei quantos seriam...)

Positivo:
- Controlo do jogo desde do 1º ao último minuto;
- Frescura física que permitiu um óptimo pressing até às últimas jogadas do desafio e que deu grandes dificuldades à Naval na sua construção de jogo.
- Envolvência dos laterais no processo ofensivo. Bem municiados por Valdé, Matías e Maniche, a sua presença oferece mais opções e "alarga" o campo. Melhorar a capacidade de decisão e de centrar e serão arma, ainda, mais forte.
- Boa jogo do Sporting (mas só após estar a vencer por 0-2). Conquista da bola em zonas altas (mérito de Djaló no 3º golo), jogo a alta velocidade por sentidos e lados diversos, desmarcações e poucos lances que se caiu em fora de jogo. Busca pelo golo, mesmo quando a vitória já não fugiria. Bola junto à relva, a vir da defesa directamente para os médios e daqui para o ataque.
- Valdés, Matías, André Santos, Carriço e Maniche como os jogadores em maior destaque. Os chilenos revelaram grande capacidade de passe e decisão, evolução em progressão com a bola o que permitiu desequilíbrios e superioridade numérica. Carriço foi o defesa da equipa. Grande ênfase para o corte que faz de um cruzamento da direita que daria o 2-3.

Em suma, um Sporting forte, controlador, que arranca uma importante vitória antes de um período de descanso. Sem notícias a dar, a comunicação social tem, nestes períodos, propensão para "cascar" em quem está mal. Esta vitória retira as luzes de nós e dá espaço para crescer. Esperemos que o tempo seja bem aproveitado.
Daqui a 15 dias, em casa com a Olhanense, o caminho só pode ser este. Vencer, Vencer, Vencer. Só assim nos olharão com outros olhos, de respeito e temor.

ps: devido à minha ausência, de férias, não escrevi sobre Tonel. Embora nunca tendo sido um jogador de eleição, Tonel soube ser maio que isso. Importante na estabilidade defensiva leonina na "era das 2 Taças e 2 Supertaças", Tonel soube integrar os valores do Sporting Clube de Portugal, tornando-se muito mais do que um simples jogador. Muitas foram as vezes que ultrapassou o muro que nos torna adeptos. E isso, jamais será esquecido e será, eternamente, reconhecido. Obrigado Tonel, e muita sorte no Futuro.

4 comentários:

Leão de Alvalade disse...

Concordo na generalidade com o post.

Fabulosa a observação da convocação do NAC...

SL

Nuno disse...

dois erros de arbitragem?
aquilo nao é penalty? por favor..

Cantinho do Morais disse...

Nuno,

O penalty deixa-me muitas dúvidas. Eu, sinceramente, não gostava que assinalassem um penalty daqueles contra o Sporting.

sloml disse...

Nuno, se aquilo era penalty, então não sei o que é um penalty. O jogador da Naval (um cepo do pior, diga-se) só joga a bola naquele lance. Tira os óculos verdes, pá.