Concordo com este provérbio. No entanto, eu pratico-o muitas vezes. Sendo assim, perante um jogo sem grande história, creio que o melhor é deixar o rescaldo para quem sabe.
O 1-0 veio muito cedo e a partir daí, o Sporting
controlou, mas a um ritmo muito baixo e com pouca mobilidade, tendo o
controlo da bola com a posse, mas permitindo que o adversário saísse por
vezes em transições.
- Leonardo Jardim, 12/4/2014 - www.sporting.pt
Jardim, o problema é que se definiu quase sempre mal o último passe. Mesmo sem grande intensidade, houve lances bem trabalhados (Carrillo, Cédric e Jefferson estiveram em destaque) que não chegaram, sequer, a ser ocasiões de golo porque o último passe saía sempre mal ou a recepção era pobre.
Com o André [Martins] ganhámos capacidade de
pressão e conseguimos criar mais duas ou três situações. Fizemos o 2-0
de uma forma justa e o Rui [Patrício] não fez qualquer defesa.
- Leonardo Jardim, 12/4/2014 - www.sporting.pt
Eu acrescentaria que as substituições foram todas acertadas. Apesar de Heldon ter sido o autor do golo da confirmação da vitória, as entradas do André e do Montero foram decisivas. Além da pressão que falas, foi na qualidade de passe e no acto de pensar melhor o jogo que o Sporting melhorou. Montero é um jogador enorme e este jogo teria sido excelente para que regressasse aos golos, tal a fragilidade do adversário e limitações técnicas da maioria dos seus jogadores (porra, eles têm o Péricles Santos Pereira, vulgo Pecks...)
No futebol nada está atingido enquanto não
acontece… Foi mais um passo e precisamos de mais uma vitória. No próximo
jogo, se vencermos, teremos entrada directa na Liga dos Campeões, que é
um objectivo importante para o Clube, importante para os adeptos e
importante para os jogadores.
- Leonardo Jardim, 12/4/2014 - www.sporting.pt
Sem dúvida. Isto ainda não acabou. Para a Champions, ainda faltam 2 pontos. No sábado, há que transformar o Restelo numa extensão de Alvalade. Jogo difícil, sem Cédric, perante uma equipa que, finalmente, arranjou um treinador que colocasse os jogadores certos nos lugares certos (excepto quando estes não podem ser utilizados por ordens divinas. Nem tudo são Rosa(s)...). A entrada directa é de grande importância, como prémio justo para toda a equipa e porque permite maior tranquilidade na preparação da próxima época.
Temos de ter sempre a máxima confiança e
acreditarmos no que depende de nós, conquistando os nove pontos que
faltam. Mas, primeiro, teremos de consolidar o primeiro objectivo e ver o
que as três jornadas podem dar. O Benfica tem uma vantagem muito grande
e não acredito em grandes deslizes…
- Leonardo Jardim, 12/4/2014 - www.sporting.pt
Pois, na última frase há algo que nos difere. Na verdade, eu nunca acreditei em grandes deslizes. Basta relembrar o jogo do Benfica no Restelo para perceber que nada lhes podia alterar (ou sequer dificultar) o caminho (tão previamente traçado). A última vez que perderam pontos foi por engano. Foi em Barcelos, onde Cardozo falhou um penalty, aos 95m...
Acrescido a isto, há o jogo em Setúbal, onde nos mataram e logo na última jornada antes de começar o ritmo frenético da Liga Europa e das decisões relativas à Taça de Portugal, isto é com 2 jogos por semana. A "almofada" de 7 pontos foi decisiva na gestão. Só nós é que podíamos pensar que ainda se podia lutar pelo título. A Liga, adversários e comunicação social já não acreditam nisso. Num campeonato normal, os jogos onde participam Sporting e Benfica deveriam ser à mesma hora, nos respectivos campos adversários, etc. Mas não.
Olha, num último suspiro, há que confiar em Cissé, João Mário e Betinho, na esperança que, na última jornada, a Quaresma se torne num verdadeiro Calvário.
6 comentários:
"num último suspiro, há que confiar em Cissé, João Mário e Betinho, na esperança que, na última jornada, a Quaresma se torne num verdadeiro Calvário" - Isso seria algo de verdadeiramente épico, extraordinário e sobretudo justo.
10A,
"Isso seria algo de verdadeiramente épico, extraordinário e sobretudo justo."
Eu acrescentava: utópico e surreal
Cantinho,
Perfeito o primeiro comentário. É exatamente o que penso: o Sporting joga mais do que se diz, mas desperdiça inúmeros lances ofensivos por erros técnicos e más decisões.
Carrillo conseguiu comer vezes sem conta o Luís Martins. Em 90% das ocasiões, fintou o DE do Gil e não progrediu para dentro, simplesmente cruzou para a molhada. Dir-se-á: "com cruzamentos não vamos a lado nenhum".
Mas pensemos porque Carrillo fez o que fez. A meu ver, fê-lo porque nas poucas vezes em que progrediu, não estava ninguém a dar-lhe linhas de passe alternativas. E na única vez em que (sem olhar, diga-se...) cruzou atrasado, tanto Slimani, como Capel, como Mané estavam a ocupar o mesmo metro quadrado, e ninguém apareceu, o que originou um contra-ataque do Gil.
Ontem no Lateral Esquerdo estava um post muito curioso em que explicavam como ter sucesso fazendo tudo mal (o lance de Pardo no golo do Braga). Acho que estamos a viver um fenómeno parecido. A eficácia de Slimani vs desinspiração de Montero conduziu à titularidade do primeiro, com bons resultados. Mas o desperdício de lances ofensivos aumentou bastante.
Como sabes dizia já há muito tempo que Montero precisava de banco. Mas não esperava que lá ficasse tanto tempo! A eficácia de Slimani supreendeu-nos a todos (e a ineficácia/azar de Montero também).
Somado a isto, vem a escolha dos extremos. Capel, aos olhos de Jardim, é um natural ao lado de Slimani, porque faz o jogo que o argelino precisa. Mas se lhe juntamos Heldon o jogo ofensivo da equipa perde qualidade. Daí a titularidade de Carrillo, que vem demonstrar, a meu ver, que Jardim pode não ser um verticalista puro!
Abraços
Ah, obviamente lembrei-me logo deste blog quando vi aquele fabuloso tiro do Rojo ao poste :)
Koba,
No estádio, uns segundos antes do remate do Rojo, atrás de mim havia quem gritasse: "Chutem à baliza!".
A bola vai para o Rojo e quando ele finta o jogador do Gil, eu digo: "Aí vai o remate". Ele ainda progride e lança a bomba.
Bem, se entra, eu teria que abandonar o estádio :)
O Rojo está-se a tornar num sapo que eu não me importo de engolir.
Também comentava com o meu amigo com quem vou à bola que o Montero é de outro mundo, face aos jogadores atacantes do Sporting. Em poucos minutos fez muito mais que Mané e Capel juntos.
Mas, agora, não há como tirar Slimani da equipa. Qual é o argumento para o fazer? E até acho que o Slimani evoluiu muito, principalmente no trabalho de pés.
Juntá-los será a solução? Não sei. Mas ter um e abdicar do outro também nos condiciona.
Carrillo é melhor extremo que temos e o único desequilibrador (com Adrien) que temos. Fez muito neste jogo mas dá ideia que quando faz a finta (como uma na 1ª parte em que, depois pode fazer golo), parece o cérebro desliga.
Jardim sabe o que tem ali (Carrillo) mas ainda não sabe qual o grau de confiança que pode ter do Carrillo.
abraço
Cantinho,
Fiz o mesmo comentário!! "Pronto, lá vai este rematar daqui".
Podes imaginar os olhares à minha volta quando a bola embateu no poste...
Abraço
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