Sem olhar para trás

Ponto prévio:

O golo da vitória do Sporting perante o Estoril tem origem num lance ilegal. Antes de Teo receber a bola e sofrer grande penalidade (indiscutível), estava em fora de jogo. Como tal, se as regras fossem devidamente cumpridas, a oportunidade de golo não teria surgido nesse momento.

Foi esse o único lance mal ajuizado pelo trio de arbitragem? Claro que não! Outros houve que tiveram influência no resultado? Pelo menos mais dois: um fora de jogo tirado a um isolado (42 minutos, com 0-0 no marcador); 1 penalty contra o Estoril por mão de Mano, no início da 2ª parte (com 0-0 no marcador);

Jogo muito complicado, como se previa. As excelentes exibições rubricadas pelos canarinhos na Luz e Dragão eram o sinal claro de que o Estoril  sabe "jogar à bola". Na 1ª parte (especial destaque para os 15 minutos iniciais) foi isso que fez, e muito bem. Excelente controlo da bola, qualidade de passe, rapidez de execução e bom preenchimento dos espaços (defensivo e ofensivo) fez com que, por um lado, o Estoril criasse 3 situações de golo (a 1ª é aos 30 segundos... como é possível?) e, por outro ladom não desse grandes chances ao Sporting de criar perigo. Nesse período, valeu Rui Patrício (enorme) e algumas recuperações de grande qualidade de William e Ewerton (excelente regresso à titularidade - bom problema para JJ, com o regresso de Naldo).

Aos poucos o Sporting começa a impor mais rapidez e abandona o jogo mais directo a que se via obrigado. As zonas interiores começam a ser melhor ocupadas, mais futebol surge por esses lugares e é aí que se criam as únicas situações de perigo: duas não chegam a ser oportunidades, uma por incapacidade de Slimani, depois de isolado por William e outra por Ruiz, que serve J. Mário quando, antes, deveria ter rematado; a única situação surge pelos pés de Gelson, num remate em arco, após uma boa jogada, que mostrava o caminho certo para se desmontar a organização defensiva estorilista.

2ª parte: Excelente exibição do Sporting até ao momento que Jorge Ferreira resolve dar um amarelo a Jefferson "porque sim". Não há motivo para o mesmo, a não ser sede de protagonismo e, gritante, falta de nível para exercer esta actividade (amadora). Até aí, foi do melhor Sporting visto nesta época. Muita rapidez, muita gente envolvida no processo ofensivo, espaços interiores muito ocupados, bola a rolar e muitas opções de passe, mais J. Mário e Gelson no jogo (má 1ª parte de ambos) levaram o perigo à baliza de Kieszek. Centros de Ruiz e J. Pereira não deram em golo, que estava próximo. Depois de Teo fracturar (3 golos nos últimos 3 jogos), o Sporting partiu em busca do 2º. O Estoril da 1ª parte já não existia. A bola era nossa e, quando perdida, era rapidamente recuperada. 

Lances de Gelson, Jefferson, J. Pereira, Matheus e Montero (grande entrada em jogo, que pés...) eram desperdiçados, mantendo a incerteza do resultado que só em Alvalade parece existir.

Aos 85 minutos, Jorge Ferreira resolve aparecer no lance com Jefferson, acima referido. O Sporting encolheu-se, começou a largar a bola mais cedo do que devia (mal Matheus nesse aspecto), permitindo que Estoril subisse um pouco e criasse uma situação de perigo, num grande remate de Bruno César. Até ao fim, foram 10 minutos de Jorge Ferreira. Desde da pressão a Rui Patrício (esquecida na 1ª parte a Kieszek), ao deixar jogar constante perante "mãos na bola" pelos jogadores estorilistas e faltas por assinalar para o Sporting, Jorge tentou de tudo. Ontem não deu, paciência. Surgirão novas oportunidades.

A equipa está a subir. Há ainda dúvidas no 11. Teo justifica com golos mas não com futebol. Montero justifica com futebol mas não com golos. Gelson e Matheus ainda não estão no ponto para serem titulares, mas vão caminhando (de forma célere - teve de ser....Carrillo...) para isso. J. Pereira está a aprender aos 31 anos e Ruiz começa a justificar. William é de uma importância enorme e gosto mais de J. Mário na direita, onde o seu jogo de risco não expõe tanto a equipa, quando perde a bola (gostava de ter visto Martins ao lado de William e J. Mário na direita). 

O Sporting de ontem teve 6 portugueses no 11 (+ 3 no banco). 4 jogadores da formação no 11 (+ 4 no banco. Gosto disso.

Liderança isolada e merecida. É tempo de olhar, somente, em frente. A equipa está motivada e há um conjunto de muitos jogadores que vão tendo minutos, o que os leva a estar preparados para entrarem a qualquer momento. Quinta-feira, na Albânia, mais uma oportunidade para manter a equipa focada e em alta rotação. É o momento de Adrien, Esgaio, Mané, Paulista, Jonathan, Martins, Montero Tobias e Matheus voltarem ao jogo. 

O mérito da equipa técnica de Jorge Jesus é notório. Todos os jogadores já são melhores do que eram no fim de Maio. Nós sabemos isso mas, mais importante que isso, os próprios jogadores sabem isso. Como dizia o ex-guarda-redes do SLB e "jornalista" do órgão central ABOLA, José Manuel Delgado:

lembrei-me agora de Carrillo, porque será?