sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Uma casa (demasiado) simpática

No post anterior, um comentário deixado por Tomás Pipa (ao qual agradeço, bem como a todos aqueles que aqui têm vindo e deixado a sua opinião), lamenta o facto de, em Alvalade, existir um ambiente demasiado propício para a boa prática da arbitragem nacional. Serve o mesmo comentário para redigir este post, sobre a forma (demasiado) simpática com que Alvalade e o Sporting têm recebido, nos últimos anos, os seus visitantes.

De facto, a nossa casa é mole. Por vezes até parece que tiramos comida da nossa boca para servir os "convidados". É inadmissível que um árbitro chegue a Alvalade, consiga passar impune ou por agredir o nosso treinador adjunto, ou por não assinalar um penalty ou por não expulsar um adversário. Ele está lá em baixo, no relvado, longe do público e ainda se deve rir com o que faz. A impunidade e a segurança que goza transmite-lhe a segurança suficiente para colocar em prática o plano, que tanto trabalho deu a elaborar, em conjunto com a restante Comissão de Arbitragem da Liga ou Federação (consoante a prova em questão).

Esta situação só será, finalmente e definitivamente, evitada com medidas drásticas por parte da Direcção. Enquanto for a equipa técnica, jogadores ou adeptos a insurgirem-se, nada lhes acontecerá e ficará tudo na mesma. Ou pior, ainda se sai mais prejudicado, pois surgirão os castigos, as perseguições, aumentando a fragilidade de poder que o Sporting ainda detém.
A Direcção tem que criar condições para que os árbitros não se sintam bem em Alvalade. Criar-lhes dificuldades, ocultar-lhes regalias que até então são uma certeza para esses "bois negros". Coisas básicas como água fria nos chuveiros, ausência de segurança quando vão de carro da garagem em direcção à rua (onde deverão estar adeptos leoninos), ausência de lanches nos balneários, proibição de assistirem a jogos em Alvalade quando não são os árbitros desse jogo e não têm bilhete (este ano já lá vi o Lucílio Baptista!!! Mas há vergonha?), presença de "seres" estranhos aos árbitros no túnel de acesso, sem identificação do clube e que não surgem nos jornais e TV, criando pressão sobre os árbitros, através de "bocas" e pequenas ameaças, entre outras coisas. No campo da comunicação social, criar pressão, defender os jogadores, técnicos, adeptos e assumindo uma postura que nunca se poderá responsabilizar se, um dia, os adeptos "explodirem" devido a uma arbitragem menos conseguida.
São propostas.

Mas para mim, a pressão e o ambiente vivido em Alvalade é, em grande parte, culpa do mau futebol praticado pela nossa equipa. Uma equipa que vença, que pressione, que jogue bem, que avance em força sobre o adversário, não o deixando respirar e pensar, é uma equipa que adquire o respeito desse adversário. É uma equipa que empolga os adeptos, adeptos esses que farão o resto, apoiando e puxando cada vez Mais, com mais Força, Intensidade e Devoção. Perante isto, um adversário já entra derrotado, com um pensamento diminuído e pouco ambicioso.
Hoje em dia passa-se exactamente o contrário. Independentemente da valia e momento de forma do adversário, este, vê em Alvalade o jogo fácil. Vê o jogo onde pode lutar pela vitória, sem medo, sem respeito. Vejam o caso do Penafiel. Está nos últimos lugares da II Liga mas o seu treinador diz que é possível vencer em Alvalade, vencer o Sporting. Onde é que isto já se viu? E di-lo com convicção, com crença. O discurso diz tudo.

Se nós não conseguimos o respeito, o receio, o medo dos nossos adversários, então somos nós que não partimos em vantagem com os jogos na nossa casa. Somos nós que entramos a perder. Somos nós que nos deixamos de comportar como um Grande. Aí, deixaremos de ser o Sporting Clube de Portugal, passando a ser, somente, um clube de Alvalade.

1 comentário:

Sportinguista disse...

Excelente blog e assim que puderes e quiseres passa plo novo blog do Sporting: http://sportingatmorrer.blogspot.com/
Ja estas na minha lista de blogues leoninos.
Abraços