Sexta-feira foi um dia difícil. Foi um dia triste mas previsível, inevitável. Deixaste o Sporting Clube de Portugal.
Saíste pela mesma porta grande por onde, em 2000, entraste, dando início a uma ligação profissional e sentimental de 9 anos. Para trás deixaste um percurso que só te pode encher de orgulho, satisfação e sensação de dever cumprido. Cumpriste as premissas que regem este clube. Através do teu Esforço e Devoção alcançaste a Glória, há muito perdida e esquecida nesta casa.
Como jogador venceste 1 Campeonato Nacional, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças. Como treinador de juniores venceste o Campeonato Nacional e, como treinador de seniores, venceste 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças. E mais não te deixaram...
Estás, por mérito próprio, fruto do teu trabalho e dedicação, na História do Sporting Clube de Portugal, feito que nem todos se podem orgulhar.
Mas, para mim, mais do que todos os títulos desportivos em que possas ter directamente participado, ficará na minha memória e coração os títulos maiores que muitos homens jamais poderão alcançar. Tu tiveste muitas vezes além do Sporting Clube de Portugal. Saíste do mundo que um clube pode oferecer e tornaste-o maior e digno da tua presença e pessoa. O dia que, em Paços de Ferreira, jogaste, ajudaste e puxaste para a frente o Sporting nunca será olvidado da minha memória. O teu grandioso gesto de nobreza e sacrifício só pode ser comparado à tamanha dor que sentias, fruto de uma perda irreparável que muitos, felizmente, ainda não conseguem avaliar e compreender. Após o termo da tua carreira como futebolista comoveste-me com tua conferência de imprensa. O lado humano, sentimental, mais uma vez estava lá, por debaixo de um semblante nem sempre bem disposto, mas claramente adequado ao contexto em que vivias. A estes dois momentos, como jogador, junto um terceiro. Época 2001-2002, jogo nas Antas, contra a equipa local. Perante mais uma demonstração de incompetência e corrupção que vigora no futebol nacional, com um simples e seco "Isto é uma Vergonha!", divulgaste a realidade a um sr. árbitro que nunca teve a dignidade para figurar neste texto e espaço. Desta forma, se me permites, não mencionarei o seu nome. Pois este texto é teu e não de ladrões, ou de seres indecorosos e desprezíveis. Nesse dia, percebi que sabias o que era o Sporting Clube de Portugal. Percebi que não eras um "mero" profissional. Percebi que estavas envolvido no passado recente do nosso clube, fustigado por arbitragens vergonhosas e tendenciosas. Percebi que não eras mais um, que a tua passagem por esta família não seria meramente racional e imperturbável. Não. Tu já vivias o clube, com a mesma dor, motivação e orgulho como vivias os teus, aqueles por quem damos sempre tudo.
A tua passagem como treinador é o prolongar de uma vida sempre briosa e humilde. Os mesmos valores incutidos e defendidos por ti como jogador foram desenvolvidos como treinador. A rectidão, a defesa do Sporting Clube de Portugal como único Símbolo máximo em qualquer contexto e circunstância marcaram o teu percurso. E isso Paulo, ninguém pode negar ou refutar.
Em quase 30 anos de vida e mais de 20 de futebol posso dizer que nunca vi alguém defender o Sporting Clube de Portugal como tu o fizeste. E tantas vezes, mas mesmo tantas vezes este clube não o mereceu, não foi ilustre de tamanho gesto.
Se ainda ninguém teve a honra de te pedir desculpa por isso, eu peço-te. Desculpa. Desculpa teres ido muitas vezes sozinho para a Guerra. Desculpa não nos termos colocado à frente das balas que nos eram dirigidas. Desculpa não te termos dado as condições que, minimamente, precisavas para elevar ainda mais o nosso Nome. Desculpa ninguém ter tido a noção que precisavas de ar para respirar. Desculpa que ninguém tenha percebido que devias ser protegido e que nunca deverias que ter de explicar a razão por, um dia, te ires embora. Desculpa Paulo, desculpa tudo e mais alguma coisa que possa ter escapado. Desculpa o teu último dia entre nós, ao lado de alguém que te usou mas nunca te mereceu.
Até ao último dia foste correcto, directo, defensor de quem contigo lutou, humilde, corajoso, dedicado, brioso e vencedor. Desde do dia em que entraste ao dia que nos deixaste não tenho a mínima dúvida que tu, Paulo Bento, foste sempre SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
Saíste pela mesma porta grande por onde, em 2000, entraste, dando início a uma ligação profissional e sentimental de 9 anos. Para trás deixaste um percurso que só te pode encher de orgulho, satisfação e sensação de dever cumprido. Cumpriste as premissas que regem este clube. Através do teu Esforço e Devoção alcançaste a Glória, há muito perdida e esquecida nesta casa.
Como jogador venceste 1 Campeonato Nacional, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças. Como treinador de juniores venceste o Campeonato Nacional e, como treinador de seniores, venceste 2 Taças de Portugal e 2 Supertaças. E mais não te deixaram...
Estás, por mérito próprio, fruto do teu trabalho e dedicação, na História do Sporting Clube de Portugal, feito que nem todos se podem orgulhar.
Mas, para mim, mais do que todos os títulos desportivos em que possas ter directamente participado, ficará na minha memória e coração os títulos maiores que muitos homens jamais poderão alcançar. Tu tiveste muitas vezes além do Sporting Clube de Portugal. Saíste do mundo que um clube pode oferecer e tornaste-o maior e digno da tua presença e pessoa. O dia que, em Paços de Ferreira, jogaste, ajudaste e puxaste para a frente o Sporting nunca será olvidado da minha memória. O teu grandioso gesto de nobreza e sacrifício só pode ser comparado à tamanha dor que sentias, fruto de uma perda irreparável que muitos, felizmente, ainda não conseguem avaliar e compreender. Após o termo da tua carreira como futebolista comoveste-me com tua conferência de imprensa. O lado humano, sentimental, mais uma vez estava lá, por debaixo de um semblante nem sempre bem disposto, mas claramente adequado ao contexto em que vivias. A estes dois momentos, como jogador, junto um terceiro. Época 2001-2002, jogo nas Antas, contra a equipa local. Perante mais uma demonstração de incompetência e corrupção que vigora no futebol nacional, com um simples e seco "Isto é uma Vergonha!", divulgaste a realidade a um sr. árbitro que nunca teve a dignidade para figurar neste texto e espaço. Desta forma, se me permites, não mencionarei o seu nome. Pois este texto é teu e não de ladrões, ou de seres indecorosos e desprezíveis. Nesse dia, percebi que sabias o que era o Sporting Clube de Portugal. Percebi que não eras um "mero" profissional. Percebi que estavas envolvido no passado recente do nosso clube, fustigado por arbitragens vergonhosas e tendenciosas. Percebi que não eras mais um, que a tua passagem por esta família não seria meramente racional e imperturbável. Não. Tu já vivias o clube, com a mesma dor, motivação e orgulho como vivias os teus, aqueles por quem damos sempre tudo.
A tua passagem como treinador é o prolongar de uma vida sempre briosa e humilde. Os mesmos valores incutidos e defendidos por ti como jogador foram desenvolvidos como treinador. A rectidão, a defesa do Sporting Clube de Portugal como único Símbolo máximo em qualquer contexto e circunstância marcaram o teu percurso. E isso Paulo, ninguém pode negar ou refutar.
Em quase 30 anos de vida e mais de 20 de futebol posso dizer que nunca vi alguém defender o Sporting Clube de Portugal como tu o fizeste. E tantas vezes, mas mesmo tantas vezes este clube não o mereceu, não foi ilustre de tamanho gesto.
Se ainda ninguém teve a honra de te pedir desculpa por isso, eu peço-te. Desculpa. Desculpa teres ido muitas vezes sozinho para a Guerra. Desculpa não nos termos colocado à frente das balas que nos eram dirigidas. Desculpa não te termos dado as condições que, minimamente, precisavas para elevar ainda mais o nosso Nome. Desculpa ninguém ter tido a noção que precisavas de ar para respirar. Desculpa que ninguém tenha percebido que devias ser protegido e que nunca deverias que ter de explicar a razão por, um dia, te ires embora. Desculpa Paulo, desculpa tudo e mais alguma coisa que possa ter escapado. Desculpa o teu último dia entre nós, ao lado de alguém que te usou mas nunca te mereceu.
Até ao último dia foste correcto, directo, defensor de quem contigo lutou, humilde, corajoso, dedicado, brioso e vencedor. Desde do dia em que entraste ao dia que nos deixaste não tenho a mínima dúvida que tu, Paulo Bento, foste sempre SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
2 comentários:
Esta é de puxar as lágrimas aos olhos...
Mas apesar de teres toda a razão continuo sem compreender porque é que o varela e o viana foram dispensados "por não encaixarem no nosso modelo de jogo". Essa foi a principal razão da desgraça de Paulo Bento. Com um modelo rígido, atafulhado, e concentrado no centro do terreno a equipa embrulhava-se sozinha mesmo quase sem adversário. Veja-se o jogo contra o Ventspils. Assim sendo Paulo Bento não foi só um mártir da falta de dinheiro e das lesões. Ele também acabou por se extinguir como muitas espécies humanas por não ter encontrado forma de se adaptar a novas realidades. A especialização leva à extinção.
Também concordo contigo, caro amigo. Paulo Bento tem (muita) culpa na sorte que lhe calhou. Basta veres nos outros posts, as minhas criticas às exibições da equipa, são criticas a Paulo Bento.
Mas também continuo sem perceber como é que alguém que sentiu tanto o Sporting sai daquela casa.
É o botão de auto-destruição que está sempre ligado...
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