domingo, 17 de janeiro de 2010

100 espinhas


A melhor exibição da época. O melhor colectivo da época. O melhor Liedson da época. O melhor guarda-redes da época. Sem espinhas ou 100 jogos de leão ao peito, em justa homenagem ao Rui Patrício, que nunca se escondeu, nunca encontrou desculpas, simplesmente foi humilde e tem vindo a recolher os frutos do seu trabalho de dedicação. Ontem, mais uma vez, quando mais foi preciso, esteve lá.

A vitória sobre o Nacional revela que não há equipas "mortas". Há trabalho, dedicação, motivação (que só vem com vitórias e mais vitórias) e qualidade (que sempre esteve lá, mas não aparecia). Quando assim é, o futebol é outro, o público também tal como a confiança. Ai a confiança... A confiança de rematar de fora da área. A confiança é virar um jogo quando se está a perder injustamente. A confiança não atrai assobios da bancada. A confiança permite jogar com 10 portugueses em 14 jogadores. A confiança abdica de fazer substituições ao minuto 90.

Para mim, a força deste Sporting reside no meio-campo. Se o regresso de Izmailov é sinónimo de qualidade acrescida (ainda haverá algum sportinguista que ache que 6 milhões de euros é um bom negócio?), movimentos de ruptura, diagonais perigosas e segurança defensiva (já vamos lá), a colocação de Veloso, tanto à direita e à esquerda, baralha marcações e, se por um lado, retira rapidez, dá segurança e qualidade de passe, permite ser perigoso de fora de área e (já vamos lá) dá segurança defensiva no flanco onde se encontra. Este Veloso faz falta ao Sporting. Este Veloso vale mais que um Bolton ou Fiorentina. Este Veloso vale mais que 10 milhões de euros. Depois há Moutinho que recupera muito e joga com grande intensidade e movimentação e que, devido às grandes alternativas de criação de jogo de ataque que este Sporting tem (quer pelas alas, quer pelo meio) não carrega em si o jogo da equipa. Este facto é positivo para o Sporting e para ele, pois Moutinho é um 8 e não um 10.
Depois há Adrien. Há um trinco. Há alguém que vai ao chão. Há alguém que salta a todas as bolas mesmo sabendo que pode não chegar lá, mas salta. Há um jogador que estica a perna para interceptar aquele passe que pode ser perigoso. Há alguém que faz aquela falta. Há alguém que está a suar. Há alguém a fazer aquilo que Veloso não quer fazer, daí a ser tão importante. Adrien merece uma menção neste espaço. Para mim, a valorização deste Sporting tem passado por este jogador estar em campo. Um jogador que vai falhando cada vez menos. Que está, finalmente, a crescer. A sua intensidade e agressividade vai colocá-lo varias vezes fora de combate. Desta forma, mais uma vez afirmo: Pedro Mendes é essencial. Este Adrien não durará sempre nem é justo que assim seja. Está a crescer.

Mas o jogo (agora) é outro. O ataque é continuado, pensado e agressivo. Nas bancadas sente-se que o golo pode aparecer. A presença de João Pereira significa a alta rotação que o jogo do Sporting impõe. Depois há um banco de onde pode sair alternativas ao que se está a passar em campo. E também há frescura física, como há muito não se via.

Mas nem tudo é perfeito. Ainda há ali um "velho" Sporting. Aquele Sporting que não nos deixa estar descansados na bancada ou em casa. O Sporting dos golos parvos, o Sporting que dá alento a uma equipa que já entregou o jogo.
Sr. Carvalhal, se todos os aspectos positivos que mencionei em cima, embora dirigidos a jogadores são, essencialmente, para si, agora terei que o criticar e dar um conselho: Em Alvalade, 2 golos de diferença não é nada. Sofrer é o nosso lema (mas não gostamos nada). Não pode tirar Veloso e Izmailov, quando tem dois laterais amarelados (Grimi e João Pereira). Estes ficaram desprotegidos (pois Vuk não defende e Moutinho já não conseguia) e o 2º golo disso é exemplo. E numa equipa que não tinha Patacas disponível os ataques fazem-se pela nossa direita, logo um Pereira sozinho, cansado e amarelado não pode ficar sozinho. Quando João Pereira tenta recuperar de ter ido à queima, já não pode fazer falta, pois iria para a rua. Se Izmailov ia sair, não podia sair o Veloso. Não, este Sporting ainda não se pode dar ao luxo de tirar os dois melhores jogadores em campo. E por fim, peço-lhe um central. Um central que no primeiro golo faz carrinho sobre quem centra a bola. Um central que nos permita não sofrer dois cabeceamentos para golo nos últimos 5 minutos. Um central que não seja nenhum dos 3 que lá se encontram, pois para mim, são bons 3ºs centrais. Pense nisso.

Grande vitória contra uma grande equipa. É para continuar. Quarta-feira, sem invenções, tem de haver a mesma dedicação e agressividade. Precisamos de vitórias, independentemente de serem para a Liga ou Taças. GANHAR! MOTIVAR E VALORIZAR!

2 comentários:

Sporting Eterno disse...

Ligo o computador para ver as notícias do dia, e os comentários da imprensa à subida de forma do Sporting e eis que tudo se torna negro.

Ruben Micael no Porto. A tristeza e desilusão tomaram conta de mim.

Obrigado pela visita ao meu Blogue, espero que volte!

http://sportingeterno.blogspot.com

Visconde disse...

A evolução do Sporting é feita de jogo a jogo e isso nota-se no campo e fora dele. Todos nós voltamos a acreditar que é possivel vencer algo, depois de tanta desilusão.
A dinâmica, as variações, as transacções como há muito não se via...depois temos Veloso em forma, Izmailov super, Patricio a dar pontos e Liedson a resolver.
No entanto, não esquecer que em breve teremos uma série de jogos que irão por à prova este momento leonino.

Abraço