Já passou algum tempo desde da última vez que eu, em Alvalade, não desejava tanto que um jogo não terminasse. Aconteceu ontem. E pelo que vi no Estádio e no relvado, eu não era o único com esse sentimento.
Mais do que a exibição personalizada e grande demonstração de Força e União, o que mais me surpreendeu foi a alta rotação e motivação que todos os jogadores colocaram no jogo. Não pararam e nunca quiseram parar. Os exemplos são claros. Porquê que Bojinov fez um carrinho junto ao banco para evitar que a bola saísse? Estávamos a ganhar! Porquê que Carrillo queria ainda mais bola? Já não estavam os 3 pontos garantidos? Não foi por acaso que a última jogada do jogo foi golo. Não houve gestão do tempo de jogo, aquele esperar pelo apito final. Não. Houve sempre velocidade e busca pelo golo, pela felicidade máxima.
Num jogo que esteve longe de ser fácil, devido a uma primeira parte com algumas hesitações tácticas e de poucos momentos de velocidade, o Sporting demonstrou que está a crescer e quer continuar a crescer ainda mais. Todos nós (e como é bom falar, finalmente, do Sporting na 1ª pessoa do plural) sabemos que ainda não ganhámos nada. Sabemos que ontem alcançamos, somente, o 3º lugar. Mas há algo mais. E é esse "mais" que nos leva a Alvalade. É isso que mantém um Estádio em pé quando o jogo já acabou há 5 minutos.
A forma como nós estamos a viver este momento é fruto de um sofrimento que nos impuseram nos últimos anos. A forma como os jogadores buscam a motivação, jogam e se deliciam com as vitórias é a prova que, até eles, não se sentiam bem com o Sporting do qual faziam parte.
Este não é um novo Sporting. Não é novo porque o Sporting foi sempre assim, Grande. A novidade na sua História foram os últimos anos onde se desvirtuaram todos os valores e virtudes que nos fazem gostar (tanto) dele.
Hoje, o Sporting é maior do que era há 6 meses atrás. Todos os jogadores se valorizaram e o investimento feito para esta temporada já vale o dobro ou o triplo. Este era um dos primeiros passos: a valorização dos activos.
Quanto ao jogo, deixo algumas notas:
1ª parte:
- lentidão e "ausência" em vários momentos de Elias. A sua colocação com Matías Fernandez colocou problemas a 3 jogadores. A si próprio, a Matías e a João Pereira. Matías foi obrigado a correr muito sem bola, procurando-a muito longe da sua zona. Isso desgasta-o. O seu forte é ter a bola e progredir com ela. Ontem, raramente o jogo lhe chegou, pois Elias esteve-lhe sempre muito próximo fisicamente, o que lhe retirou espaço no campo. João Pereira perdeu com isso pois nunca teve a muleta na sua ala que tem com Carrillo ou Pereirinha.
- continua a existir um buraco entre a linha de 4 defesas e uma linha de 4 médios. Este espaço que deveria ser mais preenchido por Rinaudo e Schaars é óptimo para jogadores como Saviola, Bruno César ou Aimar. Situação a ter em conta, rapidamente.
- Schaars muito adiantado. Não pode ser. Tem que pegar no jogo mais atrás e não pode esperar (próximo da posição 10) que o jogo lhe chegue, vindo de Rinaudo ou de um dos centrais.
2ª parte:
- recuo de Schaars permitiu que entrasse mais no jogo, ganhasse espaço para decidir e para estender mais a equipa a todo o campo.
- "entrada" de Insua e Capel em jogo. Se para o espanhol há poucas palavras quanto à empatia que tem com público e para a sua importância no jogo da equipa (se um dia levantar a cabeça e procurar mais o espaço interior, será um jogador de topo), para mim, o argentino foi uma das melhores contratações desta época. Qualidade de passe, disponibilidade física e muito forte nos desequilíbrios ofensivos e na maneira como, rapidamente, recupera a sua posição defensiva.
- entrada de Carrillo. Matías jogou bem e não saiu porque o merecesse. Mas quando saiu Elias voltou ao que era. Soltou amarras e, juntamente, com Carrillo, colocou alta-velocidade ao jogo, destroçando uma equipa gilista já muito descrente de si mesma.
- a entrada de Carrillo quando o jogo permite que ele possa ser indisciplinado (sem preocupações defensivas, tentar o 1x1 como solução inicial e não como recurso) é o habitat ideal para ele, nesta fase da sua carreira, e para o Sporting.
Por fim, uma palavra para Polga, João Pereira, Carriço e Patrício. Eles, mais que ninguém, sabem o quanto é especial este ressurgimento do Sporting. Eles estiveram lá quando o Sporting não era Sporting.
Se ainda houvesse dúvidas, parece-me óbvio que a culpa nunca foi deles...
Mais do que a exibição personalizada e grande demonstração de Força e União, o que mais me surpreendeu foi a alta rotação e motivação que todos os jogadores colocaram no jogo. Não pararam e nunca quiseram parar. Os exemplos são claros. Porquê que Bojinov fez um carrinho junto ao banco para evitar que a bola saísse? Estávamos a ganhar! Porquê que Carrillo queria ainda mais bola? Já não estavam os 3 pontos garantidos? Não foi por acaso que a última jogada do jogo foi golo. Não houve gestão do tempo de jogo, aquele esperar pelo apito final. Não. Houve sempre velocidade e busca pelo golo, pela felicidade máxima.
Num jogo que esteve longe de ser fácil, devido a uma primeira parte com algumas hesitações tácticas e de poucos momentos de velocidade, o Sporting demonstrou que está a crescer e quer continuar a crescer ainda mais. Todos nós (e como é bom falar, finalmente, do Sporting na 1ª pessoa do plural) sabemos que ainda não ganhámos nada. Sabemos que ontem alcançamos, somente, o 3º lugar. Mas há algo mais. E é esse "mais" que nos leva a Alvalade. É isso que mantém um Estádio em pé quando o jogo já acabou há 5 minutos.
A forma como nós estamos a viver este momento é fruto de um sofrimento que nos impuseram nos últimos anos. A forma como os jogadores buscam a motivação, jogam e se deliciam com as vitórias é a prova que, até eles, não se sentiam bem com o Sporting do qual faziam parte.
Este não é um novo Sporting. Não é novo porque o Sporting foi sempre assim, Grande. A novidade na sua História foram os últimos anos onde se desvirtuaram todos os valores e virtudes que nos fazem gostar (tanto) dele.
Hoje, o Sporting é maior do que era há 6 meses atrás. Todos os jogadores se valorizaram e o investimento feito para esta temporada já vale o dobro ou o triplo. Este era um dos primeiros passos: a valorização dos activos.
Quanto ao jogo, deixo algumas notas:
1ª parte:
- lentidão e "ausência" em vários momentos de Elias. A sua colocação com Matías Fernandez colocou problemas a 3 jogadores. A si próprio, a Matías e a João Pereira. Matías foi obrigado a correr muito sem bola, procurando-a muito longe da sua zona. Isso desgasta-o. O seu forte é ter a bola e progredir com ela. Ontem, raramente o jogo lhe chegou, pois Elias esteve-lhe sempre muito próximo fisicamente, o que lhe retirou espaço no campo. João Pereira perdeu com isso pois nunca teve a muleta na sua ala que tem com Carrillo ou Pereirinha.
- continua a existir um buraco entre a linha de 4 defesas e uma linha de 4 médios. Este espaço que deveria ser mais preenchido por Rinaudo e Schaars é óptimo para jogadores como Saviola, Bruno César ou Aimar. Situação a ter em conta, rapidamente.
- Schaars muito adiantado. Não pode ser. Tem que pegar no jogo mais atrás e não pode esperar (próximo da posição 10) que o jogo lhe chegue, vindo de Rinaudo ou de um dos centrais.
2ª parte:
- recuo de Schaars permitiu que entrasse mais no jogo, ganhasse espaço para decidir e para estender mais a equipa a todo o campo.
- "entrada" de Insua e Capel em jogo. Se para o espanhol há poucas palavras quanto à empatia que tem com público e para a sua importância no jogo da equipa (se um dia levantar a cabeça e procurar mais o espaço interior, será um jogador de topo), para mim, o argentino foi uma das melhores contratações desta época. Qualidade de passe, disponibilidade física e muito forte nos desequilíbrios ofensivos e na maneira como, rapidamente, recupera a sua posição defensiva.
- entrada de Carrillo. Matías jogou bem e não saiu porque o merecesse. Mas quando saiu Elias voltou ao que era. Soltou amarras e, juntamente, com Carrillo, colocou alta-velocidade ao jogo, destroçando uma equipa gilista já muito descrente de si mesma.
- a entrada de Carrillo quando o jogo permite que ele possa ser indisciplinado (sem preocupações defensivas, tentar o 1x1 como solução inicial e não como recurso) é o habitat ideal para ele, nesta fase da sua carreira, e para o Sporting.
Por fim, uma palavra para Polga, João Pereira, Carriço e Patrício. Eles, mais que ninguém, sabem o quanto é especial este ressurgimento do Sporting. Eles estiveram lá quando o Sporting não era Sporting.
Se ainda houvesse dúvidas, parece-me óbvio que a culpa nunca foi deles...
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