sábado, 4 de agosto de 2012

Alguns pensamentos (negativos) a duas semanas da Liga


Ponto prévio: 
Não sou a favor da transmissão televisiva dos jogos de pré-época. Não traduzem a realidade futebolística de uma equipa profissional em competição (preparação dos jogos com treinos específicos, análise do adversário, sobrecarga de treinos e muitas experiências), e resultam, muitas vezes, em euforias ou dramas exagerados e ilusórios (nos adeptos e associados), resultando numa pressão acrescida sobre jogadores e técnicos que, nesta fase da [pré-]época, estão, simplesmente, a prepararem-se.
No entanto, quando esses jogos são realizados a, somente, duas semanas do arranque da Liga, já há espaço e base para formular pensamentos, opiniões e avaliar o trabalho produzido pela equipa técnica.


Com poucas mexidas no plantel, quer em entradas e em saídas, prevê-se uma linha de Continuidade face à época que cessou em Maio passado. E essa continuidade, por si só, não é, necessariamente, má. Só que tem de ser acrescida de Evolução. E, sinceramente, não vejo, para já, evolução desde dos últimos jogos de Maio até ao jogo de ontem. 
Se, por um lado, o mesmo ADN positivo se mantém (posse de bola; circulação em blocos baixos; construção desde trás com a presença de um 6 capaz de iniciar o processo ofensivo), na verdade é que os problemas identificados há meses atrás também se continuam a revelar, o que é preocupante. A dificuldade em criar oportunidades, a lentidão de processos, só ultrapassada com a demasiada dependência da individualização [Capel à cabeça] (o que é muito mau e desvirtua o conceito de Equipa), a presença de centrais confortáveis a defender bem atrás em detrimento de outros que permitiriam encurtar o campo (com capacidade física para recuperar as bolas nas costas), a demasiada lateralização do jogo aliada a um vazio na posição 10, com apoios e tabelas, bem como a inexistência de treino para situações com 2 avançados, elevam para índices negativos as expectativas para a longa temporada que está prestes a iniciar-se.

Desta forma, creio que houve acontecimentos na planificação desta temporada que urge questionar, pois os dias de treino, a experimentação e a evolução gradual que se espera construir desde do primeiro dia de pré-temporada já estão para trás, não se podendo voltar a repetir esses processos.
Neste sentido, deixo algumas interrogações e pensamentos que não são mais que preocupações, pois temo que o Tempo (bem tão escasso em Futebol) não tenha sido, totalmente, bem aproveitado:

- Charlton, Sheffield e Getafe; 3 jogos em péssimos relvados; cerca de 50% dos jogos de preparação foram realizados em campos impraticáveis, onde a principal preocupação terá sido não haver lesões (num clube que tem Rinaudo, Jeffren, Izmailov e, somente, um avançado). Estavam inseridos na preparação para futuras deslocações à Mata Real ou Moreira de Cónegos? O que é se pode treinar/praticar nestes jogos?
- Se a ideia é ter Elias e Schaars e não existir um trinco puro (não estou a criticar esta estratégia), então porquê que se contratou Gelson? E, pelo que vi, tanto o suíço como Rinaudo, em Portugal, deverão dar lugar muitas vezes a Carriço. Se em Rinaudo vejo qualidades, no suíço ainda não encontrei. Será que o seu salário e prémio de assinatura não dariam para renovar com Adrien e Pereirinha, ou Adrien e Carriço?
- Não existindo alternativa a Wolfs, nem tempo para a colocar preparada para o início da época (caso seja contratada), porquê que Bojinov não fez parte da pré-época? Faz sentindo, até numa lógica de valorização e de credibilização do jogador junto de eventuais interessados.
- Não há Matías e, pelos vistos, não há Izmailov (mais uma vez...). Então, de repente, tem ser André Martins a acelerar um processo de afirmação e evolução que se iniciou na época passada? Onde nunca jogou nessa posição? É que tem resultado numa onde de críticas (enfim...) a um jogador do melhor que a nossa Academia produziu. Era esta a estratégia? Ou a alternativa é Labyad que tem 19 anos e vai começar, agora, a treinar com a equipa? Parece-me arriscado.
- Se, no final da época, se identificou que o problema de Jeffren vinha da sua dentição, porquê que se esperou pelo início da nova época para resolver essa questão? De Maio a Julho/Agosto ainda vai muito tempo.

O Sporting não pode entrar "engasgado" na nova época. E, nesta fase, é o que a equipa demonstra.

Mas acredito que há um melhor Sporting para o futuro. E será aí, nos muitos aspectos positivos que esta pré-época também revelou, que versará a nossa próxima abordagem.

8 comentários:

Anónimo disse...

Insúa está de castigo?????
Está lesionado?????
Gostava de saber!

DUARTE

leao revisor disse...

O problema, é que quando se contratou Gelson, o Elias estava no mercado, o grande problema é que agora é somente o nosso melhor jogador... e já foi o JP, já foi o Matias e irá o Izma, porque o Elias é indespensavel neste momento.

Cantinho do Morais disse...

Duarte,

Insua realizou mais minutos que o seu "rival" na lateral-esquerda, logo não percebo isso de "estar castigado ou lesionado". Ainda mais, hoje há jogo outra vez, e ele deve jogar. Ou em 2 dias, queria que jogasse sempre Insua? Ainda não consigo ver problema aí.

Leao Revisor,

Não consigo perceber como é que Elias, somente um ano após ter vindo, é o jogador mais caro de sempre, numa época aquém da expectativa (sem férias), fica logo no mercado (quando não se valorizou).

MM disse...

'Charlton, Sheffield e Getafe; 3 jogos em péssimos relvados; cerca de 50% dos jogos de preparação foram realizados em campos impraticáveis. Estavam inseridos na preparação para futuras deslocações à Mata Real ou Moreira de Cónegos? O que é se pode treinar/praticar nestes jogos?'

Cantinho é incomodativo, irritante, tratando-se de coisas tão básicas. O Sporting que já não tem grande fio de jogo, apanhando-se num campo tão mau frente a adversários 'menores' que não trazem qualquer motivação: o que se espera realmente deste tipo de jogos?

Também acho que jogos de pré-época não significam nada. A maioria dos jogadores transitou da época passada. Já se conhecem. Já jogaram uns com os outros em muitas ocasiões. A evolução faz-se por isso no campo de treinos, não em torneios deste tipo.

Jogos antes do início da época servem para a equipa mostrar-se aos adeptos, mas têm de ser jogos frente a equipas de renome, de preferência em Alvalade, ou em estádios que motivem os nossos jogadores.

Coisas básicas.

FCS disse...

Eu gostava era de começar a ver alguma definição de um 11 base, que quanto a mim seria:

Patrício, Cedric, Boula, Insua, Rinaudo, Elias, Adrien (Labyad), Carrilho, Ricky e Pranjic

Anónimo disse...

Continuem a encontrar "justificações" para todas as barracadas que a equipa tem vindo a proporcionar aos nossos adversários. Quando fôr a doer já não terão tempo para emendar a mão. Vocês são todos uns coitadinhos...

Leão de Alvalade disse...

Cantinho,

Todas as considerações sobre a preparação da equipa, escolha de jogadores, etc, fazem sentido mas não explicam o mais importante:

Como é que o Sporting vai marcar golos se a bola não chega lá à frente jogável a um jogador que esteja de frente para a baliza para poder pelo menos rematar?

Claro que há quem diga que o problema o foi jogar o Pereirinha e não Cédric, o Carriço fazer parte do plantel, mesmo que não tenha jogado. Só falta apontar culpas ao Polga por qualquer coisa que se tenha esquecido no balneário. Ou o Rúbio, que devia ser titular o ano passado, já nem lugar na equipa B merece.

Já vimos este filme antes.

Continuo a pensar que relvados à parte (de facto o relvado estava mal mas faz pouco sentido optar por jogar directo, nem jogadores temos para isso. Ao invés de correr com a bola que tal fazer a bola correr?)calor etc, que a resolução passa pelo treinador e restante equipa técnica.

Resta confiar e ter esperança que se esteja a trabalhar bem e que os bons jogos acabem por aparecer. Ou pelo menos os resultado, quando for a doer.

Mas não tenho gostado do que tenho visto,parece-me haver uma terrível estagnação quando imaginava que a esta hora já se notaria a tal evolução de que bem falas.

Abraço

Cantinho do Morais disse...

MM,

A questão do relvado parece amadorismo. Compreendo que há contratos e acordos que nos levam a não rejeitar esses jogos. Mas não será mais importante uma boa preparação?

Anónimo,

Ninguém, aqui, procura justificações. Daí existirem preocupações e reflexões.

Leão de Alvalade,

É verdade que não tento explicar esse tema muito importante, como marcar golos. Mas, como dizes, isso é função da equipa técnica. Há quem fale de problemas de finalização. Não concordo, pois não chega, sequer, a existir situações de finalização. Até acho que quando as há, dão em golo.
Quando mencionei o relvado não disse para justificar algo. Fiz porque acho que é um problema para quem quer evoluir. E se a evolução/preparação passa por jogos-treino, então fazê-los em relvados daquele género é tempo perdido e treinos, igualmente, perdidos.
Neste momento, relativamente à produção atacante, tenho uma preocupação: a excessiva utilização e dependência de Capel. A forma como vejo futebol não equaciona a existência de um jogador tão limitado como ele. E o nosso jogo estagna muito por ali. E ele joga, e joga, e joga. Até quando?