Um grande amigo meu decidiu voltar a ser sócio do Sporting Clube de Portugal. Já anteriormente o tinha sido, por cerca de 10 anos, mas considerou que este era o momento certo para voltar. E não satisfeito com essa condição, que já envolve um grande esforço financeiro e familiar, e que nos deve encher de orgulho, resolveu, também, adquirir a Gamebox para a época que está a iniciar.
Este podia ser o início de uma bela jornada, que trazia de volta ao nosso clube e a Alvalade um fervoroso e digno sportinguista, possibilitando-me, também, a convivência sempre feliz com um amigo, mesmo que seja de 15 em 15 dias.
Mas parece que o Sporting não está disposto a fazer de Henrique Mendes, neste possível episódio do "Ponto de Encontro".
O que se segue é o relato de toda a odisseia que um ex-ex-futuro-sócio do Sporting Clube Portugal tem vivido para ser aquilo que julgava ser do agrado de todo o Universo Leonino (onde ele sempre se incluirá). Não, não é um argumento do David Lynch. É (ainda) mais complicado de perceber.
O mais triste não é o fim e o destino para onde esta novela se encaminha. O pior de tudo, para mim, é que esta situação não será caso único.
Exmos. Srs.
Estou desde o dia 21 de Julho a tentar inscrever-me como Sócio Efectivo B e a tentar comprar a Gamebox 2014-2015.
Deixei
de ser sócio em 2001 mas agora que tento retornar à minha condição de
associado, tenho estranhado a forma displicente como o Sporting Clube de
Portugal encara a angariação de novos associados e a venda de
gameboxes, especialmente no ano em que, ao desaparecer o conceito de
gamebox adepto, se espera uma grande afluência de potenciais novos
sócios.
Com tantas pessoas experientes em Gestão na Direcção do Sporting,
creio que estarão familiarizados com o conceito de "Customer
Acquisition".
A angariação de clientes é normalmente uma
tarefa cara e complexa para as startups (novas empresas) mas
fundamental, pois pode garantir vendas e uma injecção constante de
capital no início da vida da empresa. Sendo o Sporting uma instituição
centenária, espanta-me a ineficiência na aplicação desta estratégia
fundamental.
Existem muitas formas de nos associarmos, é certo,
mas a minha experiência desde o dia 21 mostra que os canais de
atendimento são ineficazes, a saber:
1. Inscrevi-me online na
Campanha de Novos Sócios e em vez de receber um número de sócio, nem que
fosse provisório, para poder comprar a gamebox, recebi silêncio do
sistema;
2. Inscrevi-me online como sócio na via corrente do site e paguei 6 euros (1 mensalidade) e recebi silêncio;
3.
Gastei 70 cêntimos na Linha telefónica de apoio para saber o que se
passava, mas apesar de constar no site que esta linha trata da inscrição
de novos sócios, recebi um «não podemos fazer nada»;
4. Fui a Loja Verde disposto a preencher tudo de novo - e preenchi
-, mas como existe um total fosso comunicacional entre os serviços de
atendimento presencial e o Departamento Multimédia (o que é bizarro do
ponto de vista organizacional), não puderam fazer nada porque eu tinha
um registo antigo de sócio, e nessa hora do almoço do dia 22, ninguém
atendia o telefone num determinado serviço para resolver a duplicação,
apesar dos esforços dos Srs. Seguranças que o Sporting contratou para
vender Gameboxes (o que não me choca, se forem eficazes);
5. Enviei pelos formulários online do site diversas comunicações, a
perguntar qual a previsão de tempo para me darem um número de sócio, às
quais não obtive resposta;
6. Fui segunda vez à Loja Verde
no dia 23 de manhã e, após um contacto telefónico com outro serviço,
disseram-me que tenho de aguardar o e-mail do Dep. Multimédia com o meu
número de sócio, previsivelmente durante a tarde. Pela amostra, tenho
quase a certeza que essa será uma espera em vão.
Deixo humildemente uma sugestão: contratem uma
equipa de 30 estagiários, estudantes universitários de Marketing e
Relações Públicas, que façam um estágio de Verão no Sporting (de Julho a
Setembro). Esses estagiários terão como única tarefa inscrever novos
sócios e vender gameboxes, respondendo aos pedidos online das 9h00 às
23h00. Os estudantes ganham experiência e algum dinheiro, e o Sporting
não corre o risco de parecer uma instituição amadora no que toca à tal
«Customer Acquisition».
Pode ser que assim valha a pena dizer que o
«Sporting é Nosso», pois neste momento sinto que o Sporting se está a
borrifar para mim e eu até estava disposto a pagar seis euros por mês e
70 euros pela gamebox. Nunca conheci uma empresa que fechasse a porta a
um cliente disposto a dar, com uma elevada dose de irracionalidade
(visto que a gamebox é diferente de pão na mesa), algumas dezenas de
euros.
Com os melhores cumprimentos,
(...)
(Esta carta já foi enviada para o Sporting Clube de Portugal.)
7 comentários:
A situação está resolvida!
Mas não retiro uma palavra do que escrevi pois fui persistente. Outros teriam desistido.
Abraço
A parte de organização administrativa do Sporting, está muito atrasada. E era muito importante que funcionasse, já não digo bem, mas de forma suficiente. Os casos são mais que muitos. É uma pena. Prejudica o Clube e os que querem ser e os que já são sócios. SL
Este caso está resolvido, mas quantos é que já desistiram?
Como é que neste período de férias, Verão e pré-época, há tão pouca gente a trabalhar nos variados serviços existentes em Alvalade?
Quanto dinheiro se perde?
Quantas ligações afectivas já se perderam com turistas e adeptos que estão longe e que, neste período, passam por Alvalade?
Verdade seja dita, isto é um problema com muitos anos, não é só de agora. Urge resolver e melhorar esta situação.
Felicidade a dobrar: um amigo em Alvalade e um novo sócio do Sporting!
Passei exactamente pelo mesmo.
O meu caso ainda tem menos desculpa porque nem tinha sido sócio até agora por causa da GB Adepto.
Cheguei a admitir que tinha contribuído com a primeira quota e que ia ficar por ai quanto la se lembraram, uma semana depois, que eu existia. (inscrição pela net)
A GB foi outra saga (ja nao arrisquei fazer nada pela net) e implicou 3 deslocações a Alvalade porque primeiro eram só renovações, depois já não eram mas só renovações mas ainda não vendiam para todas as bancadas e, finalmente, lá consegui comprar a box que queria.
Se não fosse ser o Sporting nunca teria tido a paciência para aturar estas tretas todas.
Agora temos uma nova saga. Aliás duas novas sagas.
Tentei aderir ao débito directo mas o Sporting Clube de Portugal desconhece que as regras mudaram recentemente e continua a enviar referências para activação do Débito Directo, quando isso já não é possível em Portugal. Liguei para a Linha do Sporting e nada, é um vazio de informação total. Ninguém ouviu falar em Mandatos SEPA. Vejam este documento: https://www.cgd.pt/Empresas/SEPA/Documents/Debitos-Diretos-SEPA-Informacao-Adicional.pdf
Até o Sporting se actualizar vou ter de pagar pelas outras vias...
A outra saga é que aparentemente não existe ninguém no Sporting que consiga dizer quando irei receber o cartão em casa para poder ir a Alvalade. Ninguém sabe prazos, estado das encomendas, etc. É um chorrilho de más práticas em e-commerce... Como é possível tanto amadorismo... Até uma simples compra de um livro ou de uns sapatos está devidamente rastreada online, podendo o cliente saber em qualquer hora o ponto da situação da sua encomenda. No Sporting acham que é normal não informar o cliente dos prazos e portanto resta-nos aguardar
Abraço
Face aos dois últimos relatos aqui descritos, é fácil perceber que a modernização e actualização destes serviços dentro do Sporting Clube de Portugal é, ainda, uma tarefa de longo alcance.
obrigado por contarem algumas experiências, sendo que também tenho algumas.
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