sábado, 4 de outubro de 2014

Zandinga(s), parte 2 (mais cedo falassem...)

(3.10.2014 - www.abola.pt)

(3.10.2014 - retirado da capa de ABOLA)


O Sporting alcançou, hoje, uma boa vitória, embora por números excessivos, o que lhe permite encarar com mais confiança os difíceis jogos que se aproximam. Os próximos jogos, no Dragão e em Gelsenkirchen, serão decisivos para o futuro leonino em duas competições (com objectivos distintos): Taça de Portugal e Champions League.

Apesar de um resultado expressivo, a vitória esta noite não foi fácil. Uma boa entrada em jogo não teve correspondência, uma vez mais, na eficácia atacante, nomeadamente nos cabeceamentos de Nani e numa recarga de Slimani. O português Penafiel, em bloco muito baixo, tentou responder em contra-ataque, tendo a sua principal (e única) oportunidade após (mais) um erro clamoroso de Sarr.

Na 2ª parte, onde o Sporting não entrou bem, continuou-se a jogar muito pelas alas (tanto cruzamento falhado...), até que Marco Silva resolveu mexer no jogo. Retirou um demasiado adiantado André Martins (que deveria ter rendido Adrien no 11 e na função que este tem em campo; mas quem fez isso [e mal] foi João Mário) e um já amarelado William Carvalho. As entradas de Adrien e Montero fizeram subir a equipa, colocar mais gente com capacidade de ter bola no último terço, e foi para uma área povoada de jogadores do Sporting que Jefferson fez o melhor cruzamento da noite. Slimani respondeu à Slimani, naquilo que é a sua principal qualidade: ganhar posição e cabecear. 1-0 e um jogo quase na mão. O 2º golo (logo a seguir) retirou qualquer reacção ao Penafiel, ainda existindo oportunidade para Montero brilhar, quer a marcar, quer a assistir para o 4-0, marcado por Nani.

Este jogo permitiu fazer alguma rotação no plantel, dando descanso a Adrien e a Jonathan. Por outro lado, foi a estreia de Paulo Oliveira na Liga, num jogo de grande concentração (vê-se que a pressão sentida é enorme, mais criada por si mesmo do que vinda de fora) e onde, claramente, cumpriu.

Negativamente, há que destacar a dificuldade em marcar o 1º golo na 1ª parte, os erros de Sarr, o jogo excessivo pelas alas (ok, é dali que vem o golo, mas temos jogadores para outro tipo de futebol e houve cruzamentos que foram uma carga de nervos para quem assistiu), o número elevado de amarelos (Nani e William já estão à beira da exclusão e têm 6 jogos jogados; Jefferson tem 3, em 5 jogos) e a facilidade com que estes saem do bolso do árbitro quando se está perante um jogador do Sporting (o de Montero é puro gozo).


Venha de lá a pausa das selecções, e que o foco mediático passe para outros campos, embora a presença massiva de jogadores leoninos nos AA, Sub-21 e sub-20 não nos permita desligar, totalmente, do que se vai passar aí.

Serão quase duas semanas de difícil trabalho para Marco Silva (quantos jogadores terá à sua disposição?)

5 comentários:

Mike Portugal disse...

Atenção que o cartão do Montero não é critério do árbitro, é mesmo da lei idiota (mais uma) do futebol. Não podes jogar a bola sem chuteira senão é amarelo imediato.

Cantinho do Morais disse...

Mas Mike, o Montero é agarrado e pisado (que o leva a perder a bota), e o árbitro dá lei da vantagem para Montero (descalço) seguir a jogada. Quando volta a tocar na bola, marca falta e dá amarelo ao Montero. Então porquê que deu a lei da vantagem sabendo que, realmente, não a tinha (visto que estava descalço)? Não é gozo?

MMS disse...

Cantinho, a questão é muito pertinente, se o árbitro não para o jogo, deve ser o jogador que ficou sem chuteira a fazê-lo? Pelos vistos, sim.

Não acho que seja gozo, provavelmente não reparou.

Achei a arbitragem boa, sob aquele critério que discutimos após o Arouca-Sporting: critérios iguais.

No demais, estamos de acordo. Também me parece que a equipa ganhava mais com uma referência ofensiva que oferecesse outras soluções, quando o lance está difícil, com exceção de Nani, os outros acabam por optar pelo cruzamento a ver se o Slimani a apanha. É mais "culpa dos outros" do que "culpa dele". Mas acontece e é natural que aconteça.

Entretanto leva 4 golos marcados e não vai sair da equipa. Veremos o que acontece no próximo jogo contra equipa de menor gabarito - de jogam os 2 ou apenas Slimani.

Abraço

MMS disse...

ficou mal escrito, desculpa, assim é que é:

Também me parece que a equipa ganhava mais com uma referência ofensiva que oferecesse outras soluções. Quando o lance está difícil, com exceção de Nani, os outros acabam por optar pelo cruzamento a ver se o Slimani a apanha.

Assim é que é.

Cantinho do Morais disse...

Koba,

o que é que o árbitro não reparou? Que o Montero sofreu falta(s)? Que ficou descalço devido a essa(s) falta(s)?
A facilidade com que se dá cartões aos jogadores do Sporting e não se dá a outros leva-me a considerar que um mero "provavelmente não reparou" é muito dúbio.

Mas adiante. Vamos ao futebol.

"Também me parece que a equipa ganhava mais com uma referência ofensiva que oferecesse outras soluções. Quando o lance está difícil, com exceção de Nani, os outros acabam por optar pelo cruzamento a ver se o Slimani a apanha."

Claramente. O problemático é se essa opção que parece ser de recurso seja, de facto, a táctica trabalhada (mal) e corresponder às indicações enviadas para os jogadores. Continuo a achar que essa fórmula coloca-nos mais longe da vitória do que perto. E em 7 jornadas, o 1º está a 6 pontos.

abraço