Calhou no calendário que Sporting recebesse o Nacional da Madeira à 26º jornada, um adversário que vinha de uma onda de resultados positivos e de excelentes exibições (atingindo o auge no Dragão, há 2 semanas atrás), impondo o normal respeito aos leões, ainda mais quando apresentavam, antes deste jogo, a maravilhosa contabilidade de 17 golos marcados e 41 sofridos (em 25 jogos).
Acrescido deste incontestável poderio do seu adversário, impunha-se uma dificuldade adicional ao Sporting, uma vez que vinha de mais uma jornada europeia, a meio da semana, prática comum às grandes equipas a que este clube e jogadores estão mais que habituados. Se a experiência desta equipa tranquiliza qualquer adepto, a verdade é que já estamos em Março e as competições e sucessivos jogos já se vão acumulando nas pernas dos jogadores.
Mas o Sporting, ao saber que ia ser assim, dotou o plantel de variadas e válidas soluções para fazer face a estes calendários sobrecarregados. Como dizem outros sábios: "tomara muitos chegarem aqui".
Jorge Jesus, para dar o necessário descanso aos mais utilizados, gerir a equipa e manter os níveis de confiança e de compromisso de todos perante os objectivos do clube, resolveu fazer algumas alterações face ao jogo de quarta-feira. Alan Ruiz e Schelotto, muito pouco utilizados nesta época, tiveram nova oportunidade, ocupando as vagas normalmente utilizadas por Podence e Esgaio (este último com merecida folga, nem ao banco foi). Francisco Geraldes, que tem surpreendido no lugar do lesionado Adrien, por precaução também acabou por ficar a descansar, levando JJ a ir ao baú, reabilitando Bryan Ruiz que, normalmente, só joga (e muito pontualmente), nas ressacas europeias no sentindo de gerir o 11 titular.
Perante este cenário (cansaço, gestão do 11, qualidade do adversário), havia por isso algumas condicionantes que podiam dificultar o jogo e a obtenção da vitória. No entanto, aqui sabe-se o que se faz. Dizem as "leis do futebolês" que, nestes casos, a melhor táctica consiste em entrar forte e resolver o jogo bem cedo para, depois, descansar. E o Sporting levou isso à letra. Aos 35 minutos já vencia por 2-0, graças aos golos do inevitável Dost, garantindo os 3 pontos. De destacar as "jogadas de laboratório" que dão origem aos golos - as grandes equipas são assim. Ao longo dos jogos Bas Dost é
tantas vez servido com bolas de golo que os números que apresenta só
surpreendem por serem tão poucos.
Como seria de esperar, a entrada de jogadores que, habitualmente, não jogam fez-se notar. Alan Ruiz andou um pouco perdido, sem o óbvio entrosamento perante as dinâmicas mais que batidas de Matheus, Gelson e Dost, assim como Schelotto que, raramente, conseguiu combinar com o seu parceiro de ala, quer a atacar quer a defender. Desta forma, foi com naturalidade que, passado um quarto de hora do início do jogo, tanto Alan como Schelotto já acusavam algumas debilidade físicas (o ritmo que os titulares impõem não é para qualquer um). No meio-campo, a alta rotação de William e Bryan não deixava o jogo morrer e o adversário respirar, empurrando-o sempre para o seu último terço.
Com o jogo resolvido e controlado, a 2ª parte foi mais calma. Jogou-se muito longe das balizas, com o Sporting a "descansar com bola" (dizem que nossa % de posse foi de 51%; é óbvio que isso está errado). Acusando a falta de ritmo, Alan Ruiz teve de ser o primeiro a sair, dando entrada a Podence. Poucos minutos depois, sai Matheus, um dos mais utilizados nesta época, não se entendendo como é que JJ o deixou lá tanto tempo, pois é dos jogadores mais "exprimidos" fisicamente. Para o seu lugar, entrou Bruno César. Se a entrada deste último serviu para ter minutos, já a entrada de Podence e, depois, Palhinha, foram na lógica de fazerem um treino de recuperação, mas jogando. Ao longe, vê-se que são jogadores que estão no limite das suas forças. Neste capítulo, Jesus tem sido excelente na sua gestão, pois são elementos essenciais para as duras batalhas que se advinham até Maio.
O Sporting soube escrever a sua história num jogo potencialmente perigoso. A confiança e qualidade do plantel é contagiante e até o mais incómodo adversário sucumbe perante tamanha superioridade, demonstração de bom futebol e grande controlo táctico (e físico) do jogo.
É incrível como esta equipa, com tantos objectivos para concretizar, e com cerca de 72h de descanso entre jogos, consegue manter níveis de intensidade altíssimos, sempre na busca de mais um golo, como que a querer retribuir, de forma incessante, a presença dos mais de 40 mil adeptos que, altamente motivados, continuam a rumar a Alvalade, a cada 15 dias. Tenham calma rapazes! Não têm de nos agradecer. Nós é que temos de dizer "Obrigado", por tudo o que nos têm oferecido. O nosso "Obrigado" e presença constante será sempre pouco para tanta demonstração de respeito da vossa parte. Nós entenderemos se vocês, nesta fase, tiverem de "levantar o pé".
Mais uma jornada que passou e o sonho continua vivo. Venham as selecções, as merecidas viagens para outros continentes bem distantes e regressos a 2 dias do próximo jogo. O descanso está aí e, mais importante de tudo, os objectivos estão intactos.
Sem dúvida, uma época para não esquecer...
17 comentários:
Não há muito a dizer. Mais uma exibição cinzenta numa época em que se contam pelos dedos das mãos o número de jogos bem conseguidos.
A falta de agressividade e a passividade que esta equipa apresenta são confrangedoras. Tanto a defender como atacar, ninguém parece estar para se chatear. Felizmente, o nosso abono de família continua de pé quente.
Bons jogos de Bas Dost (como sempre), Bryan, Coates e Matheus. Menção honrosa para Marvin que conseguiu não ser péssimo.
Mau jogo de Gélson e William (onde andas tu?). Schelotto foi, mais uma vez, o bobo de serviço. Teve o papel importante de animar o público dado o aborrecimento geral a que foram sujeitos durante os 90min.
Cumps
RMSCP,
Uma época cinzenta e, pior, não se vê que se esteja a preparar a próxima para que corra de maneira diferente.
Coates fez, de facto, uma excelente 2ª parte, o que diz bem onde o Nacional jogou, perto da nossa área. Incrível.
Já Bryan... ok que mexeu e o jogo fluiu partindo de si, mas não consigo dissociar a nossa frágil posse (51%) e tempo que Nacional jogou no nosso meio-campo, ao facto dele estar a jogar na posição 8.
Gelson e William estão todos exprimidos e sem motivação. Schelotto é ridículo. É um peditório que tenho de abandonar. Está à vista de tudo e todos. Só serve para entreter, os adversários...
SL
Meu caro Cantinho devo confessar que fui um dos que estive presente a assistir a uma exibição confrangedora da nossa equipa. Foram várias decepções: uma constituição de equipa que mostra o nosso grande JJ preso no seu labirinto de certezas e vaidades várias - achei inacreditável a opção por deixar de fora Podence e um caso de policia a birra de enviar Paulo Oliveira para o banco; Uma evolução do jogo que mostrou que contra sete ou oito, com o "louvado" Brian Ruiz a desacelerar o jogo até ao nível da soneca e com Alain Ruiz a fazer todos os possíveis para não fazer nada, o Nacional até conseguia ir tendo a bola e, não sendo capaz de muito mais, progredir até perto da nossa área.
JJ, que deve pertencer ao grupo restrito dos nunca têm dúvidas e nunca se enganam, nada fez até que a meio da segunda parte tirou Matheus e Alain RUiz - haverá provas de que ele jogou mesmo - e colocou Podence e Bruno César.
Sem Bas Dost esta equipa não joga nada, e trata os seus adeptos com desprezo. Abandonei o estádio dez minutos ante do termo porque o aborrecimento estava a ser insuportável.
Achei a exibição de Schelotto próximo do rídiculo. Não é fácil ver tanto desacerto num só jogador(?).
Cantinho,
"Já Bryan... ok que mexeu e o jogo fluiu partindo de si, mas não consigo dissociar a nossa frágil posse (51%) e tempo que Nacional jogou no nosso meio-campo, ao facto dele estar a jogar na posição 8."
Não discordo. Eu acho que ele esteve bem defensivamente (foi dos jogadores mais agressivos em campo durante os 90min). Ofensivamente, não teve a mobilidade necessária para dar linhas de passe aos colegas. É isso que tem faltado muito a todos os jogadores da equipa: extremos muito por fora e os avançados não conseguem desembaraçar-se das marcações para virem buscar jogo. Bryan não é particularmente forte em condução e William está num momento terrível por isso era evidente que iria existir pouca ligação entre os sectores.
Cumps
JG,
a opção de deixar Podence de fora neste jogo, assim como a causa que levou à exclusão de Geraldes, Podence, Palhinha e Iuri do plantel no início da época (juntando o desprezo por Matheus), não pode ser desportiva. Se a isso juntarmos as contratações ruinosas e dispendiosas de Alan Ruiz, André, Castaignos, Petrovic e André, ainda torna mais difícil compreender se há razão técnico-táctica por detrás destas decisões. E, aqui, o dedo não pode ser só apontado ao treinador. Há quem esteja acima dele e validou isto tudo.
Se hoje defendemos JJ relativamente às criticas que Bernardo Silva lhe faz, então não podemos colocar o peso das contratações e dispensas desta época em cima do treinador. Alguém validou aquilo.
Quanto ao nosso jogo, é fácil: não jogamos nada e nem queremos jogar.
Se os adeptos tivessem pelos jogadores o mesmo respeito que estes têm pelos adeptos, Alvalade estava vazio.
SL
RMSCP,
é verdade. A equipa está muito longe e William já esgotou (fisicamente e em termos de motivação - já não é o nosso motor). Em Tondela jogámos muito mais juntos, com Matheus, Podence e Gelson a pisarem muitos terrenos interiores. E jogámos muito melhor. Com Alan temos técnica e pouco mais. Falta tudo o resto.
SL
Aparecendo uma proposta 12/15M€ pelo Alan Ruiz é de despachar no mesmo instante.
FCS,
isso é utópico. O erro de o contratar, por valor anormais face ao seu valor, foi nosso. Já não se repete.
Cenários possíveis:
1. Vender por um valor próximo do que foi pago, para atenuar o prejuízo;
2. Vender a qualquer valor, pois pagar ordenados de 1M por ele, ainda mais quando tapa a valorização e crescimento de quem tem valor (Podence, Matheus e Iuri), já é um prejuízo enorme (e a longo prazo);
3. Ir emprestando, e emprestando, e emprestando, até acabar o contrato ou rescindir.
Creio que, lá para Janeiro, estaremos entre o 2º ou 3º cenário.
SL
Realisticamente acho que ficará entre o que disse e o teu cenário nº1.
Poderá não se afirmar cá na Europa, mas com a técnica que tem e como tem golo, terá sempre mercado nas Américas, até porque também criou algum nome no Brasil.
Até pode servir como moeda de troca por alguém verdadeiramente interessante.
O Sporting arrumou cedo a questão e ganhou justamente.
Fosse sempre assim e seriamos campeões.
Mas, claro, para alguns há-de haver sempre um Podence que não sei o quê, um Palhinha que não sei quantos, um Schelotto que devia fazer isto e aquilo.
Quem vos lê até fica a pensar se não terão andado a dormir nos últimos 30 anos.
Esta é a realidade. Há jogos de merda e, como se tem visto nos últimos anos, é a jogar assim, a ganhar sofrido, por um ou por dois, que se fazem os campeões em Portugal.
Queriam mais. Pois eu também queria.
Mas não me importava que fosse sempre assim.
Bons dias!!!
JÔ,
eu não diria MELHOR!!!
SL
Jô,
não deturpe ou tente passar as pessoas por parvas. Como ser inteligente que é, sabe muito bem que este texto não implica, unicamente, o jogo com o Nacional. Aquilo que se viu ali, foi que se viu na época toda e, veja lá, não diferem muito dos 30 anos que você invocou. Se deu para vencer (e ainda bem), foi porque defrontámos a pior equipa da Liga (que tem 17 golos marcados... e 43 sofridos...). Aquele nível exibicional, compromisso com o jogo/profissão/adeptos custou-nos, esta época (não precisa de ir 30 anos atrás), muitos pontos (Tondela, Guimarães, Braga - todos em casa; Nacional, Rio Ave, Chaves - fora), e eliminações prematuras das Taças (Setúbal e Chaves).
"Há jogos de merda e, como se tem visto nos últimos anos, é a jogar assim, a ganhar sofrido, por um ou por dois, que se fazem os campeões em Portugal."
Concordo. Mas isso tem de ser a excepção, não a regra. E, esta época, foi regra. E não ganhámos assim tantas vezes. Estamos no lugar "normal" dos "últimos 30 anos", isto é, arredado de tudo logo desde Janeiro.
O Sporting, diz-se, subiu de patamar. Elevou a Exigência. Se partilha desse ponto, então percebo muito menos o seu comentário. Aliás, até percebo.
Cantinho do Morais,
Percebo o ponto, mas não concordo.
Não concordo que o jogo com o Nacional seja um retrato da época e muito menos do que se passou nos últimos 30 anos. Acho, mas acho mesmo, que o Sporting ganhou e ganhou bem. O problema é que resolveu cedo e, como tantas vezes acontece, descansou. Está errado, é certo, mas ganhou justamente. Isto não se pode comparar com os dois jogos de Chaves ou com o o jogo do Rio Ave, onde perdemos com justiça. Ou até com o recente jogo com o guimarães, que nunca esteve controlado.
Não concordo nada com a ideia de que "se deu para vencer (e ainda bem), foi porque defrontámos a pior equipa da Liga". A história de que os pequenos são para golear já acabou há muitos anos. Ir a Alvalade e ver o Sporting dar 3 e 4, jogo sim, jogo sim, já não existe. E o mesmo podem dizer o porto e o benfica, como aliás se comprovou neste fim-de-semana. Não há maior erro do que achar que há jogos fáceis e defrontar um aflito a meia dúzia de jornadas do fim normalmente nem é sinónimo de facilidades.
Aliás, ao nível exibicional (e era precisamente o ponto do meu comentário anterior) fizemos o suficiente e o que tem vindo a ser feito pelos últimos campeões em Portugal em dezenas de jogos. Aliás, o que nos separa do benfica e porto são pouco mais que detalhes (e nem sequer estou a falar de árbitros).
Isto para não dizer que, se a exibição contasse para alguma coisa, teríamos ganho na luz e no dragão. Só por aí se vê, o que interessa a exibição e o que interessa ganhar (que foi o que fizemos e bem contra o nacional).
Também não concordo nada com a ideia que se passa neste post de que tudo é mau. Há pelo menos três coisas que, que eu valorizo bastante:
- estádio sempre cheio
- miudos da academia a aparecer na primeira equipa
- um goleador a marcar ao nível do messi.
Claro que tudo isto é uma questão de perspectiva, pois já se sabe que haverá sempre quem venha dizer que o estádio está é vazio e que as estatísticas estão todas aldrabadas, que os miudos só vieram em Janeiro porque os outros foram embora, que o podence entra a 20 minutos do fim e devia ser titular, que o Bryan Ruiz é um coxo, etc., etc.
Estamos "no lugar normal dos últimos 30 anos", infelizmente estamos. Houve muita coisa que correu mal: muitas contratações mal feitas, muitas exibições sofríveis, muita guerra estúpida aberta pelo presidente, etc.
Mas, do meu ponto de vista, nada disso retira a validade do que eu disse antes.
Jô,
"Ir a Alvalade e ver o Sporting dar 3 e 4, jogo sim, jogo sim, já não existe. E o mesmo podem dizer o porto e o benfica",
Este Nacional, 2 semanas antes, perdeu 7-0 no Dragão.
Jogo controlado? Talvez. Ainda assim, a posse de bola foi 51%-49% e Rui Patrício teve mais intervenções que o guarda-redes contrário. À excepção dos golos e de um remate de Alan Ruiz, que mais fizemos?
"Também não concordo nada com a ideia que se passa neste post de que tudo é mau. Há pelo menos três coisas que, que eu valorizo bastante:
- estádio sempre cheio
- miudos da academia a aparecer na primeira equipa
- um goleador a marcar ao nível do messi."
Diga-me, no post, onde esses 3 pontos são vistos como algo mau, onde se diz que "tudo é mau".
Se existisse a intenção de se lançar Podence e F. Geraldes, isso teria acontecido logo em Agosto e tinha-se evitado "muitas contratações mal feitas, muitas exibições sofríveis". Não tenha dúvidas. Assim como estaríamos com mais pontos e, talvez, ainda a disputar alguma coisa.
O Sporting, não estando a jogar para nada (por isso, qualquer comparação actual com SLB e FCP não faz sentido), devia, no mínimo, jogar mais e respeitar o "estádio sempre cheio" (Alvalade e quando joga fora). A minha opinião.
SL
É a minha vez de dizer: não faça dos outros parvos.
O post é uma crítica velada ao Sporting actual, a começar pelo estilo literário usado (a ironia), a continuar com as críticas aos golos que ao que parece devem ter sido uma merda porque não resultaram de “jogadas de laboratório”, à “alta rotação“ do William, à dinâmica do Bryan que “não deixava o jogo morrer”, ao facto de Podence e Palhinha estarem “exprimidos fisicamente”, às “oportunidade” dada ao Alan Ruiz e ao Schelotto, que obviamente são também uma grande merda e devem ser despachados o mais rapidamente possível.
Tudo o que está no post é mau, tuuuuudddddooooo, tudinho. Nada escapa.
Foi o que eu disse.
Não falei em críticas aos pontos positivos que eu salientei. Dizer isso é deturpar e mais uma vez fazer dos outros parvos.
O jogo acabou 51%-49%, porque teve um contexto: o Sporting resolveu cedo.
E porque é que não faz sentido comparar o Sporting com o porto e o benfica se, no confronto directo, fomos sempre melhores em termos exibicionais?? Ou a exibição e as estatísticas só interessam nos jogos com o Nacional?
Eu não digo que não haja coisas acertadas no post. Agora é fácil olhar para trás e achar que o Podence devia ter lugar. Quanto ao Geraldes, não faço ideia. Nem sequer sei se devia ter lugar agora porque sinceramente não acompanhava os jogos do Moreirense e raramente o vi jogar. E não percebo como há tantos sportinguistas cheios de certeza sobre este miudo. Ou melhor percebo.
SL
Jô,
Diz-me que, hoje em dia, goleadas já não existem. Eu digo-lhe que o Nacional levou 7 há duas semanas atrás. Só isso
Eu não disse para comparar os jogos das outras equipas grandes com o Nacional. O que eu quis dizer é que comparar aquilo que, HOJE, as equipas grandes jogam não pode ser comparado, porque jogam para objectivos diferentes. Eles jogam para títulos. É normal que não joguem "para o espectáculo" mas para os pontos. Nós, não jogando para NADA, podíamos (e devíamos) jogar mais para o público. Daí não se poder comparar.
Um jogo com 51-49% de posse é tudo menos um jogo controlado. E foi unânime que, depois de Dost (pelas razões óbvias), Coates foi o melhor jogador do Sporting. Isso deve querer dizer algo. Já com o Rio Ave, foi o Patrício. Acha normal? Acha que é sinal de "resolver cedo" e "controlo do jogo"? Eu acho que não.
Se der uma volta pelo blog, vai ver que não é agora que se pede para o Podence estar na equipa. Essa crítica de "Agora é fácil olhar para trás e achar que o Podence devia ter lugar", não cabe aqui.
Quanto ao Geraldes, se não viu a jogar no Moreirense (não se viu na equipa B, no ano antes), como é que pode dizer "não percebo como há tantos sportinguistas cheios de certeza sobre este miúdo"? Pode emitir opinião sobre algo que não conhece? Mandando bocas e deixar no ar algo subtil como "ou melhor percebo"?
Por favor...
O Sporting desta época foi mal planeado (está escrito aqui, não fujo a isso, desde cedo). O resultado disso está à vista. Não sei qual é o problema em assumir que nem tudo o que se faz/fez no Sporting é perfeito. Nunca o foi. Compete-nos melhorar para não repetir erros. Assumir erros e colocar criticas nunca pode ser sinal de estar contra algo.
Há um problema de fundo na blogosfera leonina meu caro Cantinho. Preferem enterrar a cabeça na areia e ignorar a realidade que os rodeia. Claro que há muitos sportinguistas com certezas sobre o Francisco Geraldes. Por um somatório de razões que, temo eu, o actual treinador nunca irá reconhecer. Relacionadas com o seu valor, as suas superiores inteligência e qualidade técnica e as provas que deu ao longo do seu percurso. Geraldes, hoje por hoje, é superior em tudo a Alain Ruiz, excepto no peso e na lentidão. Podemos compará-lo com todos os médios que o Sporting comprou este ano. Ganha na comparação com todos.
Há um ponto que deve descansar os que revelam mais capacidade para terem certezas sobre os Alain Ruizes que nos calham em desgraça: pensam da mesma maneira dos que mandam actualmente no Sporting. É pena que assim seja. O Sporting só é viável com uma aposta séria na formação e não me parece que seja esse o caminho escolhido.
JG,
há pouco a acrescentar. Exceptuando Slimani, as nossas melhores vendas foram J. Mário, Nani, Simão, Hugo Viana, Ronaldo, Moutinho, etc, etc.
Ultimamente, olhamos para o Sporting e temos como referências o Rui Patrício, o Adrien, o William, o Gelson (e, antes, o João Mário, etc, etc).
Somos Campeões da Europa, usando 9 jogadores da nossa formação. Nos melhores de sempre estão Ronaldo e Figo.
E continuamos a olhar para tudo isso e achamos que é um "acaso". Não consigo compreender isso.
SL
Enviar um comentário