terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Back to the Future


Em Portugal existe um treinador (desculpe, Catedrático - espero que me perdoe pela menoridade da primeira definição) que está acima de qualquer profissional que trabalhe na sua área, Futebol. Ele é melhor que qualquer outro treinador, jogador, dirigente, adepto, roupeiro ou apanha-bolas. Vê coisas que ainda ninguém não viu, tem um ordenado que ainda ninguém teve, vence como ninguém e tem, segundo ele, a qualidade invejável de "transformar jogadores em melhores do Mundo". Não preciso de dizer quem é, aliás todos já o sabem, ainda a primeira frase ia a meio. É o Jorge Jesus (JJ).

Apesar de reconhecer, por vezes, de forma humilde (deve ser por engano, pois ele é tudo menos humilde, e humildade geralmente é uma característica de gente que está em baixo, o que nunca acontece com JJ), que não tem dons de premonição...

(Novembro de 2012) 

(Março de 2013)

 (Fevereiro de 2015)


... a verdade é que os fenómenos de futurologia associados à sua pessoa já nos chegam desde de um passado longínquo (quando o Sporting ainda ganhava troféus...),

tornando-se recorrente nos dias de hoje:
 (21 de Fevereiro de 2015 - desculpem a má qualidade do print screen) 

No entanto, é curioso que, apesar de ser o melhor em tudo, JJ nunca teve oportunidade de confirmar os seus presságios. Se, em 2007 era impossível saber se tinha razão no que disse (malvado do Liedson que lhe estragou o prolongamento), já esta época, contra o Belenenses e Moreirense, foram as forças externas que impossibilitaram a sustentação das suas afirmações. E isto é um pouco contraditório face à personagem tão elevada que estamos aqui a discutir.  É que falando de Jesus eu diria que se deveria ter um pouco mais de fé nas suas qualidades. Porquê que Vieira não deixou jogar Miguel Rosa e Deyverson? Porquê que a APAF (na mão de Jorge Ferreira) não desculpou a expulsão de André Simões, deixando assim que JJ continuasse o seu plano para a última meia hora?


A verdade é que eu acho que JJ vive numa outra realidade. Ou então já teve a possibilidade de viajar entre o Passado e o Futuro, e as suas visões são resultado de algo que ele já sabe que vai acontecer. Mas isso, caro JJ, apesar de todos os elogios que te tenho vindo a prestar, para esta época, qualquer um consegue prever o futuro.

O resultado desta Liga é fácil de antever, e não é de agora. Desde da pré-época, quando andavas a ser goleado por tudo e por todos, quando andavas a perder com o Sporting, quando vias partir um conjunto significativo de jogadores importantes, quando, na 4ª jornada, decidiram finalmente contratar o avançado há muito pedido e preciso e, mesmo assim, ninguém se mostrava preocupado ou ninguém te pressionava (e olha que o teu Presidente já despediu treinadores à 1ª jornada), estava à vista de todos que o vosso final só podia ser feliz.
É que, sabes, esse filme que agora vemos a vermelho já é um remake do que temos vindo a presenciar há cerca de 30 anos, só que mais a Norte e o azul como cor dominante.

Onde ontem existiam Calheiros, Prata, Rola, Martins dos Santos, Mário Leal, Leirós, Soares Dias (pai), Vítor Pereira (conheces?), Isidoro Rodrigues e afins, hoje vivem os Capela, Duarte Gomes, Paixão, Luís Ferreira, Jorge Ferreira, Mota, Vasco Santos e outros tais que vão sendo ensinados por outros queridos do clube que defendes (Paraty, António e Paulo Costa). 

E dou-te mais exemplos de semelhanças. Se já vi Folha, Bandeirinha, Jorges Couto, Secretário, Vinha, João Manuel Pinto, Latapy, Kenedy, Rubens Júnior, Chaínho, Rui Correia, Fernando Mendes, Barroso e outros derivados de merda, a serem parte integrante de equipas sucessivamente campeães, claro que hoje não me choca que um qualquer Jardel, Talisca, André Almeida, César, Lisandro, Benito, Eliseu, Pizzi e Artur sigam o mesmo caminho, independentemente da sua (falta de) qualidade para tal.

E se hoje o teu clube ainda tem parte do seu sucesso desportivo devido ao facto de ter um excelente treinador (sim, é verdade, não me custa admitir), chegará brevemente o dia em que qualquer Rui Vitória ou Chalana desta vida (mesmo com sósias de Makukulas e Sepsis), será facilmente campeão da Liga. Se isso já aconteceu com António Oliveira e Fernando Santos...

Os campeonatos continuarão a ser o que eram, uma mentira. Uma competição onde jogadores não são assim tão bons como parecem ser. E, como aqueles que o teu clube imita, lá continuarás a vender muitos jogadores altamente sobrevalorizados que, depois, lá fora vêem confirmada o seu (reduzido) talento. O que há de diferente entre um Doriva e Javi Garcia? Nada. Ambos não eram tão bons como pareciam. Quem os comprou (caro) não levou quem os protegia das suas verdadeiras debilidades (aqueles de preto, que já mencionei acima). Quem não recorda com saudade as gloriosas carreiras internacionais de Domingos, Secretário e Baía? Vê lá tu, que até de Espanha já surgem dúvidas relativamente ao Enzo Pérez e Rodrigo! Quem diria...

Há mais semelhanças. Lá as descobrirás, ao longo dessas tuas viagens entre Passado, Presente e Futuro.


Olha, siga a comédia deste nosso, previsível, futebol onde, aconteça o que acontecer tu, no fim, podes sempre dizer (sem que ninguém te conteste):

4 comentários:

Virgílio disse...

Brilhante! Mt bem apanhado. Parabéns. Abç e SL!

Anónimo disse...

siga o espectáculo...

http://replygif.net/149

Mestre de Cerimónias disse...

É triste, mas é uma grande verdade, Cantinho... o poder mudou mas vai ser mais do mesmo. Um abraço.

Anónimo disse...

Back to the past!

>Gritar<

Para o ano há mais!

>Esfregar as mãos 3 vezes<